O PSDB decidiu
permanecer na base aliada do governo de Michel Temer (PMDB), mas, ainda assim,
o partido segue dividido. A bancada baiana, por exemplo, foi um dos primeiros
grupos a se pronunciar a favor da debandada (saiba mais aqui). Na última
semana, durante a votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos
Sociais (CAS) do Senado, o senador tucano Eduardo Amorim (SE) decidiu ignorar a
indicação do partido e votou pela rejeição da matéria – a reforma acabou
reprovada por 10 votos a 9 (lembre aqui). Assim, entre os tucanos que defendem
a saída do peemedebista da Presidência da República está o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que assinou um artigo publicado na Folha de S. Paulo
pedindo a renúncia de Temer em nome do "bom senso". "Apelo,
portanto, ao presidente para que medite sobre a oportunidade de um gesto dessa
grandeza, com o qual ganhará a anuência da sociedade para conduzir a reforma
política e presidir as novas eleições". No texto, FHC diz acreditar que,
no futuro, a história poderia reconhecer "os méritos do autor de uma
proposta política de trégua nacional". Ao longo do artigo, o tucano pontua
as dificuldades enfrentadas pelo país no atual cenário, ressaltando que para
solucionar o quadro é preciso respeitar a Constituição e o bem-estar do povo.
Para FHC, o governo sofre com a propensão ao escândalo, que atribui à mídia,
com a pós-verdade das redes sociais, com os interesses corporativos e com a
"sanha purificadora" de alguns setores do Ministério Público. Assim,
ele conclui que o governo Temer tem dificuldade de se sustentar no Palácio do
Planalto, sendo a renúncia a única saída viável para restabelecer a estabilidade
no Brasil. "Neste quadro, o presidente Michel Temer tem a responsabilidade
e talvez a possibilidade de oferecer ao país um caminho mais venturoso, antes
que o atual centro político esteja exaurido, deixando as forças que apoiam as
reformas esmagadas entre dois extremos, à esquerda e à direita", avalia o
tucano. Como propostas para uma reforma política, FHC defende ainda a alteração
do mandato presidencial para cinco anos sem reeleição e a antecipação das
eleições congressuais, a fim de se criar "um novo clima político no
país".
BN
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