Temos instituições para
garantir a transição rumo à prosperidade, com eficiência e fraternidade entre
brasileiros de mentes aguçadas e corações macios
O diagnóstico de
corrupção sistêmica está hoje claríssimo para a opinião pública.
O ex-presidente Lula
foi condenado por ter recebido suborno da empreiteira OAS no escândalo da
Petrobras, enquanto o presidente Temer tenta sobreviver às acusações do dono da
J&F por articulações para pagamento de propinas.
A inegável degeneração
das práticas políticas foi o resultado da ferocidade na disputa pela ocupação
de um disfuncional aparelho de Estado.
Disfuncional, sejamos
claros, para o bom desempenho de políticas públicas nas áreas de saúde,
educação, segurança, saneamento, em atendimento às compreensíveis exigências de
gastos sociais de uma democracia emergente. Mas um aparelho de Estado que se
revelou bastante funcional para a prática de corrupção através do tráfico de
influência.
Compra e venda de
favorecimento em obras públicas, créditos subsidiados em bancos oficiais,
medidas provisórias sob encomenda dos grupos de interesses, permissão ou
impedimento de fusões e aquisições empresariais, isenções fiscais, são inúmeras
as dimensões em que uma decisiva intervenção estatal pode ser negociada.
Vísceras expostas em
praças públicas, a morte da Velha Política em 2017 é incontornável.
O inferno de Lula e
agora Temer é um buraco negro que ameaça tragar lideranças políticas
corrompidas pelo poder do Leviatã estatal, cuja maldição infelicitou a geração
de social-democratas que redemocratizou o país.
Com o despertar de um
Poder Judiciário independente, assistimos agora ao grandioso espetáculo de uma
nova ordem devorando seus filhos pela exigência de conduta justa e
transparente.
Temos instituições para
a transição rumo à Sociedade Aberta, muito além da “direita” e da “esquerda”,
cujas obsoletas ideologias impediram que eficiência e fraternidade fossem
praticadas por brasileiros de mentes aguçadas e corações macios.
A Constituição, o
Judiciário e o Congresso impediram descaminhos políticos como os da Venezuela
bolivariana. E o Banco Central evitou que falsos diagnósticos amplificassem a
escalada inflacionária que desgraçou os primeiros anos e condenou ao martírio a
Nova República. O ajuste da Previdência, sob Temer, Maia, Eunício ou Carmen
Lúcia, nos dará fôlego e reduzirá as dores do nascimento de uma Nova Política
nas urnas em 2018.
O Globo, Noblat
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