quinta-feira, julho 06, 2017

GOVERNO DA BAHIA E JUSTIÇA, ATE PARECE, QUE TRABALHAM EM CONJUNTO, PARA DEIXAR O INTERIOR DA BAHIA ABANDONADO.

UM JUIZ E UM PROMOTOR PARA QUATRO CIDADES(ABARE,CHORROCHO,MACURURE E RODELAS) SE OS PROCESSOS NÃO ANDAVAM, IMAGINE AGORA!

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiu, na quarta-feira (5), aprovar a desativação de varas e comarcas de entrância inicial, localizadas no interior do estado.

Quando estava na fase de estudo, a medida gerava polêmica. Órgãos públicos contrários à medida se mobilizaram e dezenas de moradores de cidades foram às ruas para protestar.

As comarcas são onde os juízes de primeiro grau exercem a jurisdição. Elas podem abranger uma ou mais cidades, a depender do número de habitantes e de eleitores, do movimento forense e da extensão territorial dos municípios.


A decisão do TJ-BA foi aprovada por desembargadores, em sessão plenária na manhã de quarta-feira. De acordo com comunicado do Tribunal, "a medida está alinhada ao que dispõe a Resolução nº 184/2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece, em seu artigo 9°, que os tribunais devem adotar providências necessárias para extinção, transformação ou transferência das unidades judiciárias ou comarcas com distribuição processual inferior a 50% da média de casos novos por magistrado do respectivo Tribunal, no último triênio".

O TJ-BA diz ainda que foram observados critérios e questões técnicas, como a arrecadação judicial e a despesa da comarca, assim como a distância entres as comarcas que recepcionarão o acervo processual e o número de servidores da comarca desativada.
O Tribunal divulgou uma lista de 12 comarcas desativadas e outras 12 que irão receber os processos da que foi desativada. À esquerda, está a comarca desativada e, à direita, a que irá receber os processos.

1.          Acajutiba - Esplanada
2.          Alcobaça - Prado
3.          Angical - Barreiras
4.          Brejões - Amargosa
5.          Brotas de Macaúbas - Oliveira dos Brejinhos
6.          Itagimirim - Eunápolis
7.          Itiruçu - Jaguaquara
8.          Maraú - Itacaré
9.          Palmeiras - Iraquara
10.Presidente Dutra - Irecê
11.São Gabriel - Central
12.Serra Preta – Ipirá

O Tribunal divulgou ainda a relação de outras 21 comarcas que já eram agregadas, na coluna da esquerda, e na coluna da direita tem as outras 21 que irão recepcionar os processos da que foi desativada.

1.          Abaré - Chorrochó
2.          Aurelino Leal- Ubaitaba
3.          Baixa Grande- Ipirá
4.          Boa Nova - Poções
5.          Boquira - Macaúbas
6.          Conceição da Feira - São Gonçalo dos Campos
7.          Ibicuí - Iguaí
8.          Ibirapitanga - Ubatã
9.          Itapebi - Itagimirim
10.Itapitanga - Coaraci
11.Jaguaripe - Nazaré
12.Jiquiriçá - Mutuípe
13.Milagres - Amargosa
14.Mucugê - Andaraí
15.Nova Canaã - Iguaí
16.Nova Fátima - Capela do Alto Alegre
17.Paratinga - Bom Jesus da Lapa
18.Pau Brasil - Camacã
19.Rio de Contas - Livramento de Nossa Senhora
20.Santa Luzia - Camacã
21.Wanderley - Cotegipe

As comarcas de Camamu, Castro Alves, Inhambupe, Itajuípe, Olindina, Pojuca e Uruçuca, que possuíam duas varas - crime e cível - passam a ter vara única, passando para jurisdição plena.
O Tribunal disse que as comarcas desativadas poderão voltar a funcionar, ou seja, ser ativadas a qualquer tempo também por resolução da Justiça.

Decisão do TJ-BA foi aprovada por desembargadores, em sessão plenária na manhã de quarta-feira (Foto: Henrique Mendes/G1)

AGREGAÇÃO
Em 2015, 25 comarcas da Bahia, sobretudo de cidades pequenas e com déficit de juízes, foram agregadas a outras já existentes sem, no entanto, perderem suas estruturas físicas. Ou seja, as estruturas judiciárias continuaram existindo, mas como parte de outras comarcas maiores.

O TJ alegou, à época, que a medida foi adotada durante reforma administrativa implantada devido à baixa movimentação de processos nestas comarcas. O TJ disse, ainda, que a agregação visava oferecer melhores condições de atendimento para a população com uma melhor distribuição de processos entre os juízes.

Órgãos públicos contrários à agregação atribuíram a medida à crise orçamentária do Judiciário que impede a contratação de juízes e servidores para as unidades. A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab), à época, apontou ausência de fundamentação legal para o agrupamento de comarcas, sob o argumento de que a medida ocasionaria aumento da competência dos magistrados, aumento da carga de trabalho e necessidade de deslocamentos rodoviários de até 60 km para realização de audiências.

Conforme a Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o estado tem atualmente um déficit de 230 juízes e de mais de 25 mil servidores. Como há dois anos, quando se opôs à agregação de comarcas, a OAB-BA já se posicionou contra a desativação das unidades prevista no atual estudo.



A entidade diz ter lançado uma campanha, intitulada “Nenhuma Comarca a Menos”, e proposto o chamado Pacto Pela Justiça, que prevê uma parceria entra a Ordem e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para evitar o possível fechamento de comarcas no interior e melhorar a prestação jurisdicional no estado. A Ordem informou que pretende, ainda, acionar o Governo do Estado e provocar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para intervir no caso.

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