sexta-feira, março 26, 2010

Bento 16 não puniu padre pedófilo quando era bispo


Segundo o The New York Times, o futuro para não impediu a volta do padre ao sacerdócio
O cardeal Joseph Ratzinger, que depois viria a se tornar o papa Bento 16, não fez nada para impedir em 1980 que um padre acusado de pedofilia retomasse o sacerdócio em uma outra paróquia na Alemanha, afirma o jornal The New York Times nesta sexta-feira (26), um dia após revelar um caso parecido ocorrido nos Estados Unidos.

No final de 1979 em Essen, Alemanha, o padre Peter Hullermann foi suspenso após várias queixas de pais que o acusavam de pedofilia. Uma avaliação psiquiátrica ressaltou os instintos pedófilos, indica o diário americano.

Algumas semanas depois, em janeiro de 1980, o cardeal Ratzinger, futuro papa Bento 16, que era na época arcebispo de Munique, dirigiu uma reunião durante a qual a transferência do padre de Essen para Munique foi aprovada. O futuro pontífice recebeu alguns dias depois uma nota na qual foi informado de que o padre Hullermann havia retomado o serviço pastoral.

Em 1986, o mesmo padre foi declarado culpado de ter agredido sexualmente meninos em uma outra paróquia de Munique, após a transferência para a cidade bávara.

Nesta semana, novas acusações de pedofilia vieram à tona, envolvendo o início e o fim de seu sacerdócio.

Segundo o jornal, "este caso é particularmente interessante porque ele revela que na época o cardeal Ratzinger estava em posição de lançar de processos contra o padre, ou pelo menos, de fazer com que não tivesse mais contato com crianças".

"O padre Hullermann passou diretamente da vergonha ligada à suspensão de suas funções em Essen à possibilidade de trabalhar sem qualquer restrição em Munique, mesmo tendo sido descrito como um 'perigo' na carta que pedia a transferência", acrescenta o New York Times.

Vaticano nega acusações

O Vaticano reagiu rapidamente desmentindo as informações.

"O artigo do New York Times não possui informações novas. O arcebispo [de Munique] confirma que o então arcebispo [Joseph Ratzinger] não estava a par da decisão de reintegrar o padre H. nas atividades pastorais da paróquia", afirma o Vaticano em um comunicado.

"São rejeitadas todas as demais versões como resultado de especulações", afirma a nota oficial do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombari.

Enxurrada de denúncias

Pelo segundo dia seguido o New York Times revela documentos comprometedores para o Vaticano. Na quinta-feira, o jornal revelou que o futuro papa Bento 16 havia acobertado abusos sexuais de um padre americano, acusado de ter abusado de 200 crianças surdas de uma escola do Wisconsin (norte dos Estados Unidos).

O Vaticano saiu em defesa do papa afirmando que ele só teve conhecimento dos fatos quando era tarde, quando o idoso sacerdote já estava muito doente.

Segundo o jornal novaiorquino, o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé abriu mão de iniciar os trâmites contra o padre acusado de ter abusado de quase 200 crianças surdas em uma escola do Wisconsin entre 1950 e 1972.

Acusações causam repercussão na Igreja Católica

Os bispos da França expressaram nesta sexta-feira vergonha e pesar ante os atos abomináveis de pedofilia dentro da Igreja Católica, em carta dirigida ao papa, ao término de sua assembleia geral realizada em Lourdes (sudoeste).

Vítima diz que o papa sabia de abusos nos EUA
..Na mesma carta em que dizem sentir "vergonha" pelos abusos, defenderam o papa contra os ataques que sofreu neste caso:

"Constatamos também que estes fatos inadmissíveis são utilizados em uma campanha para atacar o senhor e sua missão à serviço da Igreja", afirmam os prelados.

O chefe máximo dos católicos da Inglaterra e de Gales também negou que a Igreja tenha acobertado os abusos sexuais em um artigo publicado no jornal Times.

Já a influente congregação mexicana Legionários de Cristo reconheceu nesta sexta-feira pela primeira vez os abusos sexuais cometidos por seu fundador, o falecido padre Marcial Maciel, e pediu perdão às vítimas.

fonte: r7.com

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