Integrantes das famílias sertanejas Araquan, Gonçalves, Benvindo, Nogueira, Cláudio e Russo tiveram audiência com o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador José Fernandes de Lemos, para solicitar agilidade no julgamento de processos criminais que tramitam nas comarcas de Belém de São Francisco e Cabrobó. O encontro com o chefe do Judiciário estadual ocorreu na tarde desta terça-feira, 20, por volta das 15h.
No dia 11 de abril deste ano, uma missa em Belém de São Francisco celebrou os 10 anos de um acordo de paz entre as famílias. Os processos ainda sem julgamento foram motivados pela briga entre os clãs, que resultou em muitos assassinatos. Desde 2000, não houve mais conflitos, mas alguns integrantes das famílias estão foragidos e outros presos, aguardando o desfecho dos processos.
Julgamentos e paz
"Queremos os julgamentos dos processos. A paz será fortalecida com o resultado dessas ações que já possuem mais de dez anos. Não queremos passar a mão na cabeça de ninguém", afirma Rogério Araquan. Para o integrante do clã, a situação do Osvaldo Araquan, mais conhecido por Vavá, é a mais complicada. Vavá celebrou o acordo de paz. Há mais de dez anos está foragido por ser suspeito de cometer homicídios. "Ele precisa ser julgado para ter uma vida normal", relembra. As famílias também solicitaram que os julgamentos sejam realizados nas cidades de Belém de São Francisco e Cabrobó.
O desembargador José Fernandes cobrou o número de processos que estão relacionados aos antigos conflitos das famílias e o estágio de cada ação judicial. "Com a relação e o estágio processual, poderemos ver como agilizar o julgamento dessas ações com os juízes das comarcas, e também analisar os recursos que já estão nas câmaras criminais do 2º Grau", afirmou o presidente do Tribunal. O chefe do Judiciário também se comprometeu a se reunir com o procurador geral da Justiça, Paulo Varejão, para desenvolver um trabalho conjunto com o Ministério Público estadual.
A comissão formada pelos clãs prometeu entregar a lista na próxima semana, com prazo máximo de oito dias contados a partir desta terça-feira. Francisco Araquan, Cilene Araquan, José Neto Benvindo, Joselito Nogueira, Barná Russo estavam presentes na audiência, que teve vários mediadores, como o vice-prefeito de Floresta, Rodrigo Novaes, o vice-prefeito de Belém do São Francisco, Henrique Marcula, o advogado Célio Avelino, e o deputado estadual Pedro Eurico.
Redação | Ascom TJPE
fonte?radio educadora de belem
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