Brasília (AE) - A oposição voltou aos trabalhos no Congresso Nacional com uma ofensiva contra cinco ministros citados direta ou indiretamente em denúncias de corrupção. Foram apresentados ontem pedidos de convocação de Paulo Sérgio Passos (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Mário Negromonte (Cidades), Edison Lobão (Minas e Energia) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).
waldemir barretoÁlvaro Dias afirma haver a impressão de que há um mar de lama na Esplanada dos Ministérios
O governo não deve ser um obstáculo para que os ministros compareçam ao Congresso. O entendimento é de que a presença dos ministros pode enfraquecer outras iniciativas da oposição, como a tentativa de instalar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para apurar denúncias que envolvem os vários ministérios da presidenta Dilma Rousseff.
Diante da fila de ministros com explicação por fornecer, o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), disse haver a impressão de que há um "mar de lama" na Esplanada dos Ministérios. A oposição tenta ainda instalar uma CPI dos Transportes e diz precisar de só mais quatro assinaturas para alcançar este objetivo. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que serão aprovados requerimentos nas comissões desde que eles tenham a ver com a área de atuação dos ministros. A presença se daria por meio de convites e não convocações. "Se for convite para uma discussão para esclarecer as coisas, nós somos favoráveis. Nós não vamos colocar nenhuma dificuldade para fazer convite a nenhum ministro".
Na visão de governistas, a presença de ministros rebatendo as acusações é importante para esvaziar pedidos de CPIs. O exemplo usado é de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele deu dois longos depoimentos no Congresso e não enfrentou maiores problemas para responder aos questionamentos da oposição, na visão dos aliados. Paulo Sérgio Passos deverá ser o primeiro a inaugurar essa estratégia do governo. A oposição tentou, sem sucesso, convocá-lo durante o recesso. Agora, os governistas deverão concordar com a aprovação de convites para que ele fale sobre as denúncias na área de Transportes.
Nascimento vai se defender em plenário
Brasília (AE) - Quase um mês depois de deixar o Ministério dos Transportes, no rastro dos escândalos que levaram o governo a afastar 22 dirigentes do setor até agora, o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (AM) vai se explicar da tribuna do Senado. Não fará ataques ao governo, apenas a defesa do PR, partido do qual é presidente, e dos atos dele e dos antigos subordinados do próprio ministério, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, a estatal que cuida das ferrovias do País.
No dia 4 de julho, assim que deixou o Ministério dos Transportes, Nascimento voltou ao Senado. Mas, para não ter de dar explicações, ele pediu licença de um mês. Nesse período, amadureceu a ideia de que não é aconselhável atacar um governo com apenas sete meses de duração. O melhor é não arrumar confusão e manter os postos que o PR tem na administração federal, concentrados no setor de transportes.
Desse modo, Nascimento deverá dar um tom conciliador ao discurso que fará hoje, sem se esquecer da defesa do partido, uma agremiação média e importante para as vitórias do governo no Congresso, pois tem sete senadores e 40 deputados. O ex-ministro defenderá a legalidade das ações tomadas à frente do Ministério dos Transportes.
Suspeita é localizada, diz Wagner Rossi
Brasília (AE) - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse ontem que o caso do pagamento de R$ 8 milhões feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a uma empresa considerada suspeita não representa uma crise, mas "um episódio localizado". O pagamento foi realizado por Oscar Jucá Neto, então diretor financeiro da empresa, que já deixou o cargo. O episódio foi divulgado em reportagens da revista Veja. "Ele tentou transformar um caso administrativo em um caso político", criticou Rossi, em relação às declarações de Jucá Neto.
De acordo com Rossi, Jucá Neto fez o pagamento sozinho, por iniciativa própria, sem a participação do restante dos diretores Reagindo às declarações de Jucá Neto de que a Conab teria vendido um terreno em Brasília por valor abaixo da cotação de mercado e de irregularidades em pagamentos à Caramuru Alimentos, Rossi apresentou uma extensa documentação sobre os dois casos. Disse que não há qualquer irregularidade nessas operações. "Ele (Jucá Neto) que indique quem é o bandido. Isso não é denúncia. É xingamento", disse. Sobre a venda do terreno, afirmou que a área havia sido avaliada em R$ 8,030 milhões e foi vendida por R$ 8,100 milhões. "Foi aberto o processo de concorrência pública para a venda", declarou.
Um comentário:
Porque será que a rádio lider do sertão fm não publica isso também, só obras do deputado e ministro mario negromonte, deveria mostrar tudo o que faz de bem e de mal também na dentro do seu mandato e para a sociedade...
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