O funcionário público
Osvaldo Ruz Baldi disse, em entrevista exclusiva à GloboNews, que tirou o filho
de uma manifestação contra a Copa em São Paulo por ser contra o uso de máscaras
em protestos e porque temia pela segurança de Renan, de 16 anos. "De rosto
tampado, não é manifestação. Se você está defendendo uma causa, você tem que
mostrar o seu rosto, a sua cara", disse Baldi.
Segundo o pai, usar
máscaras típicas dos adeptos da tática black bloc tornaria o filho um possível
alvo de violência. "Com o rosto coberto, é mais fácil de ele tomar uma
borrachada ou bala de borracha, spray de pimenta na cara."
Na quinta, Baldi chegou
a afirmar que o adolescente teria direitos quando trabalhasse. "Você vai
ter o seu direito quando você trabalhar e ganhar seu dinheiro", disse. O
jovem respondia afirmando que queria "estudo" e lutar contra
injustiças. "Deixa eu protestar. Eu quero estudo", afirmou o filho.
"Não me interessa. Você já tem. Eu pago sua escola", retrucou o
pai. A mãe acompanhava os fatos
emocionada, ao lado. O pai puxou o garoto quando os manifestantes começaram a
hostilizar. Os três saíram do local do protesto a pé.
Um dia depois da discussão, o adolescente
disse ter ficado surpreso com a reação do pai e que não esperava que ele fosse
ao protesto. "Péssima", disse sobre a presença do pai.
“Eu não queria sair de
lá. Tanto é que no momento, ele foi me arrastando, eu fiquei tão estressado na
hora que não percebi os outros ao meu redor”, disse o garoto. “Na hora que caiu
a ficha que eu vi as câmeras. Aí eu fiquei quieto e saí andando.”
Protesto reprimido pela
PM
As manifestações
começaram por volta das 10h no dia da abertura da Copa em São Paulo. A polícia
avançou sobre pessoas que tentavam fechar a Radial Leste ao lado da Estação
Carrão do Metrô. Um jovem foi detido e recebeu spray nos olhos mesmo após estar
dominado.
Depois o protesto
migrou para o Tatuapé. Black blocs apareceram quando metroviários protestavam.
Os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar.
A Ouvidoria das
Polícias de São Paulo criticou a ação de policiais militares no protesto. Em
nota, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves afirmou que a Ouvidoria está
insatisfeita com a atuação da Polícia Militar. Neves completou que a ação será
oficiada à Corregedoria da corporação e ao Ministério Público.
“Além de ter sido desproporcional e
inaceitável, um dos policias militares demonstrou sadismo ao lançar spray de
pimenta nos olhos de um manifestante que já estava completamente
dominado", disse o ouvidor.
Balanço de detenções
Em novo balanço nesta
sexta-feira (13), a Polícia Militar informou que deteve para averiguação 46
pessoas no total. Segundo a corporação, eles tinham objetos cortantes,
explosivos e desacataram policiais e agrediram pessoas.
Pelo menos quatro
jornalistas ficaram feridos. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão (Abert) e a organização Anisita Internacional criticaram a ação
policial e falaram em uso de força excessiva.
Fonte: G1
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