O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu indícios nesta terça-feira de que pode
haver um novo aumento no preço da gasolina ainda este ano. Questionado sobre
novos possíveis reajustes, o ministro deixou a possibilidade em aberto. “Todos
os anos tem correção do preço da gasolina. Uns mais, outros menos. Não teve
nenhum ano que não teve aumento da gasolina. Essa é a regra”, afirmou. Contudo,
Mantega não quis detalhar a data do reajuste. “Quando ocorrerá o aumento, essa
é uma decisão que mexe com o mercado, com ações, então não se comenta”,
acrescentou o ministro, que também é presidente do Conselho de Administração da
Petrobras.
Mantega
deu a declaração ao ser questionado se, com o possível enfraquecimento da
inflação mais para o fim deste semestre, haveria espaço para ajustes nos preços
administrados, que são aqueles controlados pelo governo. “Nosso comportamento é
continuar com reajustes normais, sem tarifaço”, afirmou o ministro,
referindo-se à possibilidade de um reajuste maior do que o que vem sendo praticado
nos últimos anos. O mercado especula que, caso a presidente Dilma se reeleja,
haja um aumento generalizado de tarifas no início de 2015, puxado, sobretudo,
pelos preços do mercado de energia.
A
diretoria da Petrobras, inclusive a própria presidente da estatal, Graça
Foster, tem pleiteado ao governo reajuste dos preços dos combustíveis para
reduzir a defasagem dos valores praticados no Brasil com os vistos no exterior,
algo que afeta as finanças da companhia. Não à toa, a Petrobras é a empresa de
petróleo mais endividada do mundo. Sua dívida é estimada em 300 bilhões de
reais.
A
gasolina tem um peso importante no IPCA, índice que baliza a meta de inflação
do governo – que é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos para
mais ou para menos. Com o IPCA em 12 meses acima do teto da meta, o Planalto
tem menos espaço para elevar preços administrados como os dos combustíveis. Em
junho, o indicador acumulava alta de 6,52% em 12 meses e, segundo pesquisa da
agência Reuters, deve subir a 6,60% no levantamento de julho.
A
última vez em que houve reajuste nos preços da gasolina foi em novembro do ano
passado, quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4% da gasolina e de 8% no
diesel nas refinarias. Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina
ao consumidor final seria de cerca de 3%.
Por
Reinaldo Azevedo/Veja
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