Mais um outro político
baiano pode ser condenado pelo esquema de corrupção na Petrobras. O conselheiro
do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) e ex-deputado federal, Mário
Negromonte (PP), foi citado na decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelo processo da Lava Jato na primeira instância, que condenou o ex-parlamentar
Luiz Argolo a 11 anos e 11 meses.
Na argumentação, Moro
relata que Argolo presenciou o doleiro Alberto Youssef entregar propina ao
conselheiro do TCM, que seria distribuída ao Partido Progressista por Mário
Negromonte. O juiz federal lembrou, também, das diversas delações premiadas em
que Negromonte é citado como envolvido no esquema de corrupção da Petrobras.
A investigação de
Negromonte corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde maio por suspeita
de ter operado um esquema que renderia vantagens econômicas de R$ 25 milhões a
serem repartidos entre partidos políticos.
O conselheiro do TCM
também é investigado por suspeita de tratativas, à época ministro das Cidades,
para implementar um sistema nacional de rastreamento de veículos pelo
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). As suspeitas partiram após
delação do doleiro Alberto Youssef, que relatou que ocorreram ao menos três
reuniões para tratar do assunto. De acordo com o doleiro, os valores seriam
repartidos entre PP e PT, "eis que no Ministério havia representantes dos
dois partidos”.
Investigadores apontam
ainda que Youssef relatou que Negromonte foi autor de projeto de lei para
determinar que todos os carros saíssem de fábrica com rastreadores, quando
exerceu mandato de deputado na Câmara. O doleiro disse acreditar que desde a
apresentação do projeto de lei o ex-ministro já estava "imaginando o futuro
acordo com as empresas de rastreamento". O próprio Youssef disse
considerar o negócio atrativo e admitiu ter investido em uma empresa do
segmento.
A defesa de Negromonte
alegou, em documento enviado ao STJ, que não houve "interesse escuso"
na apresentação do projeto de lei e posterior tentativa de aprovar o sistema em
caráter nacional. "O deputado Mário Negromonte, ao ser convidado a ocupar
o Ministério das Cidades, em dezembro de 2010, já estava encerrando seu quarto
mandato, e a apresentação de projeto de lei complementar relativo aos
rastreadores fora apresentado nada menos do que treze anos antes", afirmam
os advogados. Além disso, argumentam que a apresentação do projeto de lei foi
"ao encontro dos anseios da sociedade"
Fonte:Beira Rio Noticias/Marivaldo Filho e Rodrigo Daniel Silva
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