Uma megaoperação
antiterrorismo em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, terminou com a
prisão de sete suspeitos e a morte de duas pessoas, incluindo uma mulher-bomba,
que teriam ligação com os ataques terroristas que deixaram 129 mortos e 352
feridos na semana passada na capital francesa.
Por volta de 4h20
(1h20, horário de Brasília) desta quarta (18), policiais cercaram a esquina das
ruas Corbillon e République, centro da cidade, a cerca de 500 metros da
catedral gótica de Saint-Denis, do século 12. Mais tarde, soldados chegaram ao
local da operação, que durou mais de sete horas.
Os suspeitos, cujas
identidades não foram reveladas, ocupavam um ou mais apartamentos na região.
Houve uma intensa troca de tiros e explosões. Segundo as autoridades, uma
mulher-bomba se suicidou ao detonar explosivos que carregava junto ao corpo.
Relatos apontam que um segundo suspeito teria sido morto por um atirador da
polícia.
Além disso, três
suspeitos foram presos em um apartamento e outros quatro nos
arredores. Cinco policiais ficaram feridos. As autoridades disseram que um
cão policial fêmea foi morto.
A reportagem esteve na
área cercada pela polícia que dava acesso ao local do confronto. Policiais
impediram que jornalistas se aproximassem da rua onde ocorreu o tiroteio. As
autoridades orientaram os moradores a não deixar suas casas. Estações de trem e
estabelecimentos comerciais na região foram fechados, e aulas escolares
canceladas.
Após a operação, a
polícia arrombou a porta da catedral de Saint-Denis, aparentemente para fazer
investigações forenses. Segundo a emissora americana CNN, a operação desta
quarta teria impedido que os suspeitos de realizar novos atentados, planejados
para ocorrer em breve. Essa informações não foram confirmadas pelas
autoridades.
Segundo a Procuradoria,
a operação antiterrorismo foi lançada após interceptações telefônicas indicarem
que o belga Abdelhamid Abaaoud, suposto cérebro dos atentados, estaria em
Paris, e não na Síria, como se acreditava inicialmente. O extremista continua
foragido.
Além disso, a operação
buscava suspeitos ligados a Ismael Mostefai e Samy Amimour, dois dos três
terroristas que mataram 89 pessoas na casa de shows Bataclan -ambos se
explodiram após os atentados.
"As informações
são muito precárias, ainda não recebi relatos oficiais da Procuradoria nem do
prefeito de polícia (chefe da polícia da região parisiense). Só estamos
seguindo orientações, o centro da cidade está fechado, as escolas estão
fechadas, estamos dizendo para que as pessoas fiquem em casa", disse o prefeito
Didier Paillard, antes do término da operação.
"Eu estava
dormindo e de repente ouvi uma explosão. Os tiros foram por volta de 4h e 5h.
Fiquei assustado e deixei meu apartamento", relatou à reportagem o
estudante Daouda Gassama, 17, que mora na área da ação policial.
A polícia francesa
afirmou que um cão policial fêmea foi morto na operação. Por meio de sua conta
no Twitter, a polícia divulgou a morte da pastor belga de 7 anos de idade
chamada Diesel, que teria sido "morta por terroristas".
Fonte: JC
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