Dos cinco políticos
baianos envolvidos na Operação Lava Jato, apenas o ex-deputado federal Luiz
Argolo (sem partido) teve o seu destino definido este ano.
Condenado por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, Argolo cumprirá uma pena de 11 anos e 11 meses
de prisão. A defesa do ex-parlamentar tem recorrido aos tribunais superiores
para amenizar a punição. Na semana passada, chegou a pedir ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que o baiano seja submetido às chamadas medidas cautelares, como
prisão domiciliar e monitoramento com uso de tornozeleira eletrônica.As cortes,
porém, têm resistido aos pedidos dos advogados.
O futuro do conselheiro
do Tribunal de Contas dos Municípios, Mário Negromonte, o do seu filho, o
deputado federal Negromonte Júnior, o do vice-governador da Bahia, João Leão e
do parlamentar federal Roberto Britto, no entanto, só deve ser definido no
próximo ano. Filiados ao Partido Progressista, eles têm foro privilegiado e,
portanto, respondem ao processo no STF ou no Superior Tribunal de Justiça
(STJ), que entraram em recesso e só retornam as atividades em fevereiro.
A situação mais
complicada é do conselheiro do TCM, Mário Negromonte, que já foi ministro das
Cidades. Na decisão que condenou o ex-deputado Argolo, o juiz federal Sérgio
Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, afirmou que
Argolo presenciou o doleiro Alberto Youssef entregando propina ao conselheiro,
que seria distribuída a membros do PP. O magistrado destacou, também que em
diversas delações premiadas o ex-ministro foi citado como envolvido no esquema
de corrupção da Petrobras.
O filho de Mário
Negromonte, deputado Negromonte Jr., também se complicou nos últimos dias. No
início deste mês, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a abertura de
investigação contra ele em um dos inquéritos da Lava Jato.
Zavascki acatou um
pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No pedido, o procurador
afirma que Negromonte Jr. recebeu uma doação ilegal no valor de R$ 500 mil da
empresa Jaraguá Equipamentos Industriais, envolvida no esquema da Petrobras.
Uma testemunha do
processo, Aricarlos Rocha, em depoimento, chegou a dizer que Negromonte Jr.
ameaçou a família de Argolo para evitar delação premiada do ex-deputado. “Ele
[Mário Negromonte Jr.] me disse que se Luiz ficasse pianinho, quietinho, assim
que ele saísse de Curitiba, ele logo, logo seria ajudado para ter um retorno
breve à vida política. Mas, se não tivesse, já sabia qual era o destino do
delator”, afirmou a testemunha.
O deputado federal
Roberto Britto foi incluído no mesmo inquérito de Negromonte Jr. Segundo as
investigações, ele também teria recebido R$ 50 mil da Jaraguá para sua
campanha.
Neste momento, o
vice-governador João Leão é quem tem a melhor situação. Desde que foi colocado
na lista de Janot por supostamente receber repasses do esquema de corrupção, em
março deste ano, não surgiu novas denúncias contra ele. Na ocasião, Leão disse
que não entendia o motivo de estar na incluído na investigação e afirmou que
estava “cagando e andando, em bom português, na cabeça desses cornos todos”, se
referindo às pessoas que o citaram durante as apurações.
Rodrigo Daniel Silva /Beira rio Noticias
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