O Ministério da Justiça
está negociando a reposição de R$ 130 milhões no orçamento da Polícia Federal.
Delegados denunciaram que o corte desse valor pode prejudicar operações
importantes, como a Lava Jato.
As reclamações da
Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal contra os cortes no
orçamento começaram na semana passada com a divulgação de uma carta ao ministro
da Justiça, José Eduardo Cardoso.
A associação diz que o
corte de R$ 133 milhões vai provocar uma "drástica diminuição das ações
investigativas da Polícia Federal este ano".
A associação denuncia
que há "uma nítida e grave situação de desmonte da Polícia Federal".
E cobra do ministro
menos discursos e mais ações efetivas em defesa da Polícia Federal para impedir
o sucateamento da instituição.
“Nos últimos anos se
fizéssemos um exercício de priorização nas nossas operações. Deixamos de
realizar diversas operações para priorizar algumas como Lava-Jato, Zelotes e
Acrônimo. Com esse corte dessa magnitude, até mesmo essas operações podem ser
afetadas pela falta de recursos orçamentários”, destaca Carlos Eduardo Sobral,
Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal.
Numa nota, o Ministério
da Justiça considerou as queixas da associação como equívocos injustos e
absurdos. Disse ainda que "ao contrário do que a entidade alegou, os dados
demonstram que nos últimos anos ocorreu o fortalecimento da Polícia Federal e
que o orçamento da instituição de 2003, para cá aumentou em mais de 43%. O
ministério desmente que haja qualquer paralisação de projetos ou atividades por
falta de recursos ou eventual corte orçamentário. E por fim, diz que embora a
associação se recuse em conversar e que alguns possam enveredar por ‘embates
políticos intermináveis e improdutivos, o ministério acredita na possibilidade
de diálogo.
Mas nesta segunda-feira
(4) o Ministério da Justiça informou que já está negociando com o Ministério do
Planejamento a reposição do corte de R$ 133 milhões. E para isso já pediu
créditos suplementares.
“Isso está sendo
negociado, mas o mais importante é que em hipótese alguma faltará recurso para
a realização de qualquer investigação ou para o prosseguimento de qualquer
projeto estratégico da Polícia Federal. A Polícia Federal tem sido prioridade
para o Ministério da Justiça e mesmo com as restrições orçamentárias dos
últimos anos jamais faltou qualquer recurso para que se desse continuidade a
qualquer investigação ou projeto estratégico para a Polícia Federal”, comenta
Marivaldo Pereira, secretário executivo da Justiça.
G1
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