Há oito anos a vazão da
Cachoeira Casca D’anta na Serra da Canastra, em São Roque de Minas, não era tão
intensa como a que foi registrada na última quarta-feira (20), segundo o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). As chuvas frequentes
de uma semana inteira elevaram o nível do Rio São Francisco em quatro metros. O
volume é de 200% a mais que em 2014 e 2015, quando o Rio enfrentou seca
drástica da nascente histórica. Ainda na região Centro-Oeste de Minas, as
cidades de Divinópolis, Córrego Danta e Conceição do Pará adotam medidas para
reduzir o prejuízo causado pelas chuvas.
O chefe substituto do
Parque Nacional da Serra da Canastra e representante do ICMbio, Vicente Faria,
disse que o Rio São Francisco percorre 14 quilômetros até a cachoeira Casca
D’anta. As nascentes estão jorrando água, mas por conta das condições das
estradas não é possível chegar a nenhuma delas. Turistas com carros de passeio
não conseguem subir a serra. O ICMbio monitora áreas de risco de desmoronamento
e informa que até o momento está tudo sob controle. A recomendação é que os
turistas esperem as chuvas cessarem para então visitarem a região da Serra da
Canastra.
Seca
Em 2014 a falta de
chuvas na região provocou uma seca drástica que culminou na seca da nascente
histórica do Rio São Francisco. A nascente é a principal de toda a extensão do
Rio, que tem 2.700 km. O fato alarmou o país, já que o São Francisco é o maior
Rio totalmente brasileiro, e sua bacia hidrográfica abrange 504 municípios de
sete unidades da federação – Minas
Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Ele
nasce na Serra da Canastra, em Minas, e desemboca no Oceano Atlântico na divisa
entre Alagoas e Sergipe. Só agora, em janeiro de 2016, o cenário aponta para uma
recuperação efetiva da nascente histórica e das demais que fazem parte da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco.
Cheias em cidades da
região
Várias cidades do
Centro-Oeste de Minas enfrentam problemas por causa das chuvas nos últimos
dias. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a situação
deve continuar até sábado (23). Em Divinópolis a Defesa Civil informou na
quarta-feira (20) que o nível do Rio Itapecerica alcançou nível médio de 5,3
metros – três metros acima do normal. O órgão monitora todo o trecho do Rio que
corta a cidade e prevê estabilização da cheia, possibilidade de baixa no volume
de água.
Segundo o
meteorologista Luiz Ladeia, desde 2011 não chovia como tem ocorrido na região.
“Pelo menos os níveis pararam de baixar. Mas as principais reservas ainda estão
necessitando de complemento. Em termos de agricultura e reservatórios, essa
chuva frequente e mais branda ajuda muito, afinal, os lençóis freáticos vão
sendo cada vez mais umedecidos”, disse.
G1 Centro Oeste MG
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