No dia em que o Partido Progressista (PP) foi alvo de uma das
mais explícitas barganhas políticas para não deixar a base aliada do governo
Dilma Rousseff, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) denúncia contra cinco deputados federais e dois
ex-parlamentares e caciques da legenda. As suspeitas contra todos envolvem o
esquema de corrupção instalado da Petrobras.
Foram denunciados o ex-deputado João Pizzolatti
(SC), o ex-deputado e ex-ministro das Cidades do governo Dilma, Mario
Negromonte (BA), e os atuais parlamentares Luiz Fernando Faria (MG), José
Otávio Germano (RS), Roberto Pereira de Britto (BA) e Arthur Lira (AL), todos
pelos crimes de corrupção passiva e ocultação de bens. Além desses dois crimes,
Mario Negromonte Júnior (BA) também foi denunciado por embaraço à investigação.
O delator da Lava Jato Carlos Alexandre
de Souza Rocha, conhecido como Ceará, afirmou em depoimento que o ex-deputado Mario
Negromonte perdeu o cargo de ministro das Cidades no primeiro governo da
presidente Dilma Rousseff porque estaria "roubando apenas para ele
próprio". Ceará foi descrito pela força-tarefa do petrolão como um dos
responsáveis por distribuir propina a políticos a mando do doleiro Alberto
Youssef. Ele afirmou à força-tarefa da Lava Jato que Youssef classificava
Negromonte como o "mais achacador" dos políticos envolvidos no
esquema. Segundo relato do delator, Negromonte teria recebido 5 milhões de
reais em propina durante a campanha eleitoral de 2010.
Entre os destinatários que receberam
propina das mãos de Ceará, segundo o próprio delator, estão os ex-deputados
federais João Pizzolatti, Pedro Correa (ex-PP-PE) e Luiz Argôlo (ex-PP-BA),
todos investigados ou já condenados no escândalo do petrolão.
O nome de Negromonte Junior, por sua
vez, apareceu depois de o ex-deputado federal Luiz Argôlo ter afirmado a seus
defensores que recebeu ameaças do congressista por meio do ex-assessor
Aricarlos Nascimento. Nascimento trabalhou nas campanhas políticas de Argôlo e
teria repassado o recado de que o ex-parlamentar deveria ficar
"pianinho" porque, depois do petrolão, receberia apoio para voltar à
vida pública. Segundo o relato do advogado de Luiz Argôlo, Sidney Peixoto, ao
site de VEJA, se o ex-deputado aceitasse um acordo de delação contra ao PP, a
família e sua própria vida estariam em risco. "Ele disse 'o caminho de
delator sabe qual é'. O caminho era a morte e às vezes poderia acontecer algo
com a família dele", afirmou o advogado.
Os demais deputados federais denunciados
hoje também são suspeitos de receber propina do esquema do petrolão.
Fonte:Veja
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