Existe uma expectativa,
mas nem tanto, que leva o governador Rui Costa a ficar entre a cruz e a
caldeirinha, ou seja, refletindo sobre a sua saída do PT para outra legenda. É
natural um raciocínio dessa ordem porque o seu partido foi um desastre nessas
eleições para as capitais. No primeiro turno o desastre foi ainda maior. O
partido desabou da condição de uma das maiores legendas da República, comandado
por Lula desde a sua primeira gestão na presidência e sequenciado por Dilma
Rousseff, que, como se sabe, não chegou a concluir o segundo mandato. Foi esta
queda que devastou o PT.
Passou da
condição de grande para a décima posição como partido político. O governador
Rui Costa ficará com pouca alternativa se continuar no PT, por pretender ser
candidato à reeleição em 2018 para o seu segundo mandato. ACM Neto foi o grande
vitorioso dentre os candidatos às prefeituras das capitais e passou a ser um
adversário fortíssimo no combate que certamente ocorrerá entre os dois
prováveis candidatos ao governo da Bahia. Se Neto foi o vitorioso, com Rui
Costa aconteceu o inverso, exatamente em consequência da queda vertiginosa do
PT em todo o país. O candidato derrotado à prefeitura de Vitória da conquista,
Zé Raimundo, está a dizer o que já se propaga: a rejeição nacional do Partido
dos Trabalhadores o derrotou. Mais adiante, queira-se ou não, acontecerá
exatamente o mesmo nas eleições futuras,
até que ocorram mudanças políticas. O PT teve a sua fase áurea com Lula e
definhou com Dilma. Não estará, assim, em condições de apresentar um candidato
à Presidência da República e em 2018. O líder da legenda atravessa uma fase
complicadíssima e responderá a processos podendo ser, ou não, condenado. Tal
situação está a levar o PDT realizar movimentações para lançar Ciro Gomes como
candidato a presidente a partir da região nordeste. Ciro já foi candidato por
duas vezes e agora entende que será a sua vez. Está tentando catequisar Rui
Costa para leva-lo para o seu partido. A depender dos acontecimentos futuros, será
uma das alternativas para o governador baiano.
Samuel Celestino
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