com informações de carlos Britto
O
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
assinaram quarta-feira (2) uma petição para que a Justiça peça aos vereadores
do município de Araçoiaba (PE), na Região Metropolitana do Recife (RMR), que
justifiquem a aprovação das contas da Prefeitura da cidade nos anos de 2001,
2004 e 2005. As contas desses anos tinham sido rejeitadas pelo TCE.
De acordo com o TCE, as contas apresentavam
uma série de irregularidades, como fraudes em licitações, contratação de obras
sem licitação, desvio de merenda escolar e pagamentos por serviços não
executados. “A Câmara tem duas grandes funções, a de legislar e a de
fiscalizar. Por isso que cabe a ela o julgamento das contas, mas não podemos aceitar
que essas não sejam analisadas e devidamente justificadas, quando contra o que
diz o TCE”, defende a presidente do TCE, Teresa Duere.
Mesmo com a decisão do TCE, os vereadores
teriam aceitado e aprovado as contas, porém não teriam sido apresentadas
justificativas para tal. “Esperamos que o processo chegue a uma decisão
positiva em prol da sociedade pernambucana. Só podemos combater o crime
organizado e a corrupção trabalhando em parceria. E essa parceria é uma
resposta que a sociedade pedia há muito tempo, tanto do Ministério Público,
quanto do Tribunal de Contas, e agora do Judiciário. Esperamos que agora o
dinheiro público seja respeitado”, afirma o procurador-geral de Justiça,
Aguinaldo Fenelon.
Decisão inédita
O promotor da cidade, Roberto Brayner, lembra
que, por vezes, vereadores votam contra projetos de lei do Executivo por serem
contra a ideologia do prefeito, mas que no caso das contas a situação é bem
diferente. “Nesse caso é um julgamento, ele está comprometido com a
Constituição Federal a fazer um julgamento. E todo julgamento precisa ser
fundamentado e justificado”, alerta o promotor de Justiça.
De acordo com a presidente do TCE, essa é a
primeira vez que se ajuíza contra uma decisão tomada pela Câmara dos
Vereadores. “Eles não disseram por que, nesses três anos, votaram contra o
julgamento dos técnicos desse tribunal”, finaliza Tereza. (Do G1-PE/foto
reprodução)
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