
O Folha publicou no dia
12 de Outubro uma pesquisa feita pelo Datafolha. No cenário em que os
candidatos são Dilma, Aécio e Campos, os números são estes, respectivamente: 42%,
21% e 15%. No Ibope que veio à luz na última semana de outubro, 41%,
14% e 10%. Os índices atribuídos a Dilma coincidem. Aécio aparece com 7
pontos a menos, e Campos, com 5. A discrepância é grande, ainda que não se
possam comparar pesquisas distintas (já digo por quê).
No cenário em que a
presidente disputa com Marina e Aécio, os números do Datafolha são estes: 39%,
29% e 17%. No Ibope, 39%, 21% e 13%. Nesse caso, o número
bastante discrepante é o que diz respeito a Marina.
Quando Dilma disputa
com Serra e com Campos, aponta o Datafolha: 40%, 25% e 15%. No
Ibope, 40%, 18% e 10%. Observem que a presidente tem marca idêntica
nos dois institutos, mas Serra teria 7 pontos a menos; Campos, 5.
No quarto cenário, com
Dilma, Marina e Serra — o único do Ibope em que pode haver segundo turno —,
registra o Datafolha: 37%, 28% e 20%. No Ibope, 39%, 21% e
16%. Dilma varia pouco; Marina tem 7 a menos.
Vamos ver
Na pesquisa do Datafolha, só um cenário não levaria ao segundo turno, justamente o considerado mais provável: Dilma, Aécio, Campos. Na pesquisa do Ibope, nenhum leva ao segundo turno, exceto o considerado menos provável.
Na pesquisa do Datafolha, só um cenário não levaria ao segundo turno, justamente o considerado mais provável: Dilma, Aécio, Campos. Na pesquisa do Ibope, nenhum leva ao segundo turno, exceto o considerado menos provável.
É claro que não escapa
a ninguém que Dilma obtém marcas quase idênticas, não importam os adversários.
O que varia muito são os números dos demais postulantes. Aécio pode ter 4 ou 7
pontos a menos, como Serra; Marina 7 ou 8 pontos; Campos, 5 nos dois casos.
Como explicar?
Cotejando pesquisas de institutos diferentes, não se pode dizer que fulano cai, sobe ou fica na mesma. Deve-se tomar cada uma como o retrato do momento em que foi feita — nesse caso, com quase duas semanas de diferença. O Brasil deve ter 130 milhões de eleitores. É aceitável que Marina, por exemplo, possa ter perdido 10,4 milhões (8 pontos) em menos de 15 dias — essa perda pode ser dois pontos menor ou dois pontos maior?
Cotejando pesquisas de institutos diferentes, não se pode dizer que fulano cai, sobe ou fica na mesma. Deve-se tomar cada uma como o retrato do momento em que foi feita — nesse caso, com quase duas semanas de diferença. O Brasil deve ter 130 milhões de eleitores. É aceitável que Marina, por exemplo, possa ter perdido 10,4 milhões (8 pontos) em menos de 15 dias — essa perda pode ser dois pontos menor ou dois pontos maior?
A pesquisa Datafolha, é
fato, foi feita não muito tempo depois de uma forte presença de Aécio na TV e
estava, digamos, em cima da filiação de Marina Silva ao PSB. Campos também
apareceu bastante. Digamos que isso tenha influenciado o leitor há duas
semanas. Mas como explicar, nesse caso, a variação de Serra, banido da
televisão e tratado como não pré-candidato pelos jornais e por setores do
seu partido? Não sei.
Segundo turno
Se as discrepâncias no primeiro turno chamam a atenção, as do segundo impressionam.
Se as discrepâncias no primeiro turno chamam a atenção, as do segundo impressionam.
No Datafolha
Dilma 47% X 41% Marina
Dilma 51% X 33% Serra
Dilma 54% X 31% Aécio
Dilma 54% X 28% Campos
No Ibope
Dilma 42% X 29% Marina
Dilma 44% X 23% Serra
Dilma 47% X 19% Aécio
Dilma 45% X 18% Campos
Dilma 42% X 29% Marina
Dilma 44% X 23% Serra
Dilma 47% X 19% Aécio
Dilma 45% X 18% Campos
Os números de Dilma são
bastante distintos no Ibope — curiosamente, substancialmente menores, apesar da
safra de notícias favoráveis e da presença maciça na imprensa. Os índices de
seus opositores, no entanto, parecem-me espantosamente baixos. Marina sai de
uma situação em que se poderia até apostar na possibilidade de um vindouro
empate técnico para uma derrota convincente. No Datafolha, a diferença entre
Serra e Dilma é de 18 pontos; no Ibope, 21. Aécio tem 23 pontos a menos do que
a petista no primeiro instituto; no segundo, 28! Campos, na pesquisa de há duas
semanas, está 26 pontos atrás; na divulgada nesta quinta, 27. Ainda que dentro
da margem de erro, o senador mineiro seria o adversário mais fácil de vencer.
A forte presença de
Aécio, Marina e Campos na tal mídia quando se fez o levantamento do Datafolha
pode explicar números tão distintos? Mas por que a própria Dilma aparece com
muito menos no Ibope (segundo turno), embora a vitória seja mais folgada nesse
instituto, dados os números magros dos outros?
Por Reinaldo Azevedo
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