O deputado Marcelo Nilo
(PDT), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, se disse traído depois
que o governador Jaques Wagner (PT) anunciou a ida do deputado federal João
Leão (PP) como vice na chapa majoritária do chefe Rui Costa (PT). Com a voz
embargada pelo desgaste, o deputado declarou em entrevista à rádio Tudo FM, ter
sido "usado para valorizar a vice e quando chegou a hora da onça beber água
não tiveram consideração. Se Rui Costa foi leal ao governador ele empatou
comigo. A lealdade perdeu para a chantagem e a coerência perdeu para as
ofensas. As coisas que Leão dizia sobre Rui Costa são impublicáveis. E o que eu
estou dizendo aqui eu disse para o governador. Foi uma decisão pessoal, uma
posição de desrespeito", completou.
Nilo chegou a tomar
café ontem com o governador e o petista teria garantido que Leão não estava
garantido na chapa. Agora, depois de ter sido preterido com o argumento de que
o PP tem mais prefeitos na Bahia, mais deputados e mais tempo de TV do que o
PDT e uma amizade compatível com a de João leão, Nilo disparou. "João Leão
é o homem do buraco zero, disse que ia botar o metrô para funcionar, que era o
pai do PAC. Ele é vendedor de fumaça, como disse o próprio Mário Negromonte. Eu
fui agredido porque é uma agressão. Eu dei muitas entrevistas defendendo o
governador Jaques Wagner. Eu fui preterido porque eu sou leal e não
chantagista. Eles foram lá conversar com Eduardo Campos, eu não. Se Lídice,
Geddel ou Paulo Souto ganharem no outro dia eles estão lá. Ele disse que a
minha lealdade é igual a de João Leão. O que é isso? Leão mudou de lado não sei
quantas vezes. Infelizmente não me consideraram. Se ele tivesse me chamado 60
dias antes e dito 'Marcelo, você é de casa vamos deixar eles', tudo bem… Mas
toda vez que eu dizia que ia ser vice ele dizia 'estou trabalhando para
você'", disse.
Questionado sobre o seu
voto nas eleições declarou. "Eu só vou decidir quem eu vou apoiar depois da
Copa do Mundo, mas vou seguir a decisão do meu partido. Lá em casa, minha
mulher e minhas filhas vão votar em Lídice. Agora uma coisa é certa: Eu fui
considerado pela oposição. Eu recebi telefonema de Geddel, de Paulo Azi, de
Lídice da Mata e de todos os deputados da oposição. Se meu partido decidir
apoiar a oposição, se decidir apoiar Lídice, ACM Neto ou Geddel, desta vez eu
não veto", declarou o deputado, que bancou o apoio do PDT ao governo,
quando o então pedetista Marcos Medrado queria apoiar a oposição.
O pedetista também
afirmou ter perdido a admiração política pelo governador Jaques Wagner pela
condução do processo. "Política não é isso. Política é consideração. Ontem
eu estava tomando café com o governador e ele me disse que leão não estava decidido.
A nossa amizade é curta, de sete anos, mas construída com muita lealdade. O
importante é que eu dormi com a cabeça tranquila. Fui desconsiderado não como
político, mas como ser humano. O homem Marcelo Nilo que devotou ao governador
uma lealdade. Durante a greve, eu duvido que algum deputado colocasse os
policiais ou os professores para fora sem derramar uma gota de sangue",
concluiu o deputado que liderou a desocupação dos professores da Assembleia
Legislativa Em 2012, ano eleitoral, durante um episódio considerado crucial
para a derrota do petista Nelson Pelegrino.
Com informações do sertão mania.
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