Os números da pesquisa DataFolha apresentados nesta sexta-feira, 6, pela
Folha de São Paulo, revelam que o brasileiro (pelo menos até agora) está
desalentado com os politicos e 30% estão sem candidatos. É um recorde desde
1989 e considerado número altíssimo a essa altura da pré-campanha com 13%
afirmando que não sabem em quem vão votar e 17% dizendo que dos nomes apresentados
não votarão em nenhum deles.
Dá-se, diante de fato tão inusitado, um fenômeno nunca visto na política
nacional, de uma candidata preferencial, a presidente Dilma Rousseff, cair 10
pontos de fevereiro até agora, de 44% para 34% e seus adversários, Aécio Neves
(PSDB) e Eduardo Campos (PSB) se situarem, o primeiro de 16% para 19%; e o
segundo de 6% para 7%, não terem discurso que sensibilizem o eleitorado e estão
empacados.
Só por isso, ineficiência de todos, hoje, registra-se um segundo turno
(38x35) com vantagem para Dilma frente a Aécio (46x38) e/ou Dilma x Campos
(46x32). Ou seja, Dilma venceria as eleições por apatia dos candidatos da
oposição. Seria fato rarissimo na história da República, desconfiança geral dos
eleitores com os candidatos.
Ganharia, digamos assim, o menos ruim.
O que se passa, segundo os números revelados pelo DataFolha é que, a
população não aprova o governo da presidente Dilma (a candidata tem 35% de
rejeição pessoal na pesquisa), Dilma cai a cada rodada (e olhe que estamos
antes da Copa) com tendência de queda desde fevereiro de 2014, quando começou a
série histórica da Folha.
E por que os outros candidatos não crescem?
Ao que tudo indica, Aécio não passa confiança no eleitorado brasileiro de
que ele representa o político com a cara da mudança, daquele que será capaz de
efetuar as mudanças desejadas pela população; e Campos, por ser noviço numa
disputa nacional, originário de um estado do Nordeste, tenha dificuldades de
encaixar um discurso que sensibilize o eleitorado do sudeste, o maior do país,
tanto que, nesta região tem apenas 4%.
Deveria, no entanto, tem um bom número no Nordeste, porém, isso também
não se verifica ficando apenas com 11% contra 48% de Dilma.
O Nordeste, desde a primeira eleição de Lula, em 2002, tem se
transformado no curral eleitoral do PT, região mais pobre e onde há mais bolsas
famílias e outros programas, e Dilma vem mantendo essa performance
especialmente na Bahia e no Ceará. Haverá, em 2014, uma perda em PE por conta
de Campos, mas, nada que possa abalar a boa votação da presidente na região.
Em síntese: o Brasil vive um momento de grande desconfiança
do eleitor e todos os candidatos a presidência são vistos como sem sal, sem
capacidade de fazer as mudanças que a população deseja.
De acordo com o Ibope, 75% dos brasileiros querem mudanças. Falta, no
entanto, o (a) personagem da mudança.
Fonte:Bahia Já
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