Como se sabe, cada vez
que a presidente Dilma Rousseff cai nas pesquisas de intenção de voto, as
empresas estatais brasileiras, tão maltratadas pelo governo federal nos últimos
anos, se valorizam na bolsa. O inverso também é verdadeiro.
Economistas do
instituto Insper, de São Paulo, fizeram as contas: cada ponto perdido na
popularidade da petista vale US$ 801 milhões a mais em cinco estatais
brasileiras (cerca de R$ 1,7 bilhão).
De acordo com
reportagem publicada ontem na Folha de S. Paulo, investidores têm o pé atrás
com a presidente porque avaliam que as intervenções do governo nas estatais
prejudicam sua rentabilidade. Na visão do mercado, Brasília sacrifica o ganho
dessas empresas para controlar preços e estimular o consumo.
O "efeito
Dilma" foi medido pelo Insper num levantamento sobre o desempenho dos
papéis de cinco estatais nos dias da divulgação das últimas 19 pesquisas Ibope
e Datafolha. O cálculo se deu por meio das empresas Petrobras, Banco do Brasil,
Eletrobras, Cemig e Cesp.
Somente neste ano,
afirma o estudo, o "efeito Dilma" produziu um ganho, médio, de US$
4,8 bilhões (R$ 10,6 bilhões) no valor dessas cinco estatais. Segundo o estudo,
isso ocorreu porque de fevereiro a julho, a aprovação da presidente caiu de 41%
para 35%.
O estudo fez modelos
matemáticos. Mas além de intervir nas estatais brasileiras, o governo
brasileiro praticou loteamento político, as tratou com descaso, esqueceu a
competência e deixou aflorar a corrupção, como no caso evidente da Petrobras.
No caso da Eletrobras,
há desde "pequenos erros" como os computadores das estatal serem
utilizados para disparar calúnias contra o candidato Aécio Neves, até os
grandes erros, como os bilionários prejuízos causados à empresa devido à
mudança no setor elétrico. Apenas em 2013, o prejuízo nessa estatal foi de R$
6,2 bilhões devido à má gestão.
Frente a isso, o que
faz o governo. Pensa em melhorar a gestão? Não, pensa em nomear alguém para ser
"interlocutor" do mercado, como revelou a própria Folha de ontem.
Sabem que passada a euforia da Copa, a péssima situação da economia pode afetar
para pior o humor do eleitor.
Resta, claro, portanto
que a melhor maneira de "salvar" as empresas estatais brasileiras é
trocar, democraticamente, a presidente da República por um outro mais afeito ao
mérito e a competência nas próximas eleições.
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