Revista traz matéria
que coloca Jaques Wagner como responsável por possível vitória da oposição na
Bahia na disputa pela Presidência da República pela primeira vez desde 1988 e
joga nas costas do governador ainda o baixo desempenho do desconhecido Rui
Costa, candidato do PT à sua sucessão, que tem apenas 8% das intenções de voto;
"Com promessas não cumpridas e diversos erros administrativos, Jaques
Wagner deixa de ser um puxador de votos e vira um problema para a campanha de
Dilma Rousseff na Bahia".
Aliado trapalhão
Em 2010, o governador
Jaques Wagner (PT) foi o grande responsável pela vitória da presidenta Dilma
Rousseff na Bahia, o quarto maior colégio eleitoral do País, com uma diferença
de 2,8 milhões de votos sobre a oposição. Quatro anos depois, o cenário é o
oposto. Amargando um crescente desgaste de sua imagem, devido a sucessivos
equívocos administrativos, Wagner é uma das razões para a perda de prestígio do
PT em território baiano. Como consequência da deterioração do prestígio do
petista perante a população baiana, Dilma desaba nas pesquisas de intenção de
voto no Estado, que conta com 417 municípios e cerca de dez milhões de
eleitores. Segundo as mais recentes pesquisas, embora Dilma ainda ocupe a
liderança, suas intenções de voto no Estado caíram de 63%, em fevereiro para
48%, em julho.
Em baixa, Wagner também
não consegue nem sequer transferir votos para o seu sucessor, e ex-chefe da
Casa Civil, Rui Costa (PT), que figura nas pesquisas com apenas 8%. Em
contrapartida, o maior adversário de Costa no pleito deste ano, o ex-governador
Paulo Souto (DEM), aparece em primeiro com 42%. A chapa costurada por Aécio
Neves, candidato do PSDB ao Planalto, é considerada praticamente imbatível por
reunir no mesmo palanque ex-inimigos históricos no Estado, mas grandes
puxadores de voto, como o próprio Paulo Souto, o ex-deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB), aspirante ao Senado, e o ex-deputado Joacy Góes, ex-diretor do jornal
"Tribuna da Bahia", candidato a vice-governador pelo PSDB. A chapa
tem conta com o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), um dos dois
prefeitos mais bem avaliados do País.
O processo da perda da
popularidade do governador da Bahia remonta a 2012, quando o petista adotou uma
postura atrapalhada durante negociação com os policiais militares do Estado,
que cruzaram os braços por 12 dias pedindo o reajuste salarial e melhorias de
trabalho, duas das principais promessas de sua campanha à reeleição. Como
efeito da falta de traquejo de Jaques Wagner na hora de negociar com os
grevistas, a Bahia experimentou uma escalada da violência jamais vista no
Estado e passou a ostentar um recorde negativo: ficou entre os sete Estados
brasileiros que apresentaram crescimento explosivo no número de homicídios,
entre 2002 e 2012, de acordo com o Mapa da Violência 2014. Ainda em 2012, o
governador ainda teve de enfrentar a paralisação, por 115 dias, dos professores
estaduais por um reajuste de 22,22% nos salários, outra promessa de campanha
não honrada por ele. A greve deixou 1,5 milhão de alunos sem aula e o setor da
Educação se transformou numa outra vidraça da gestão petista.
Outros compromissos
alardeados com pompa por Wagner durante a campanha também não passaram de
palavras ao vento e contribuíram para o desgaste de sua imagem e da do PT no
quarto maior colégio eleitoral do País. Foi o caso da construção da fábrica
chinesa da JAC Motors, em Camaçari, que iniciaria suas operações em outubro de
2014, mas pode nem sair do papel, bem como a do Porto Sul de Ilhéus, cujas
obras deverão ter início apenas em dezembro deste ano, último mês de seu
mandato. "Disseram que a parceria com o governo federal revolucionaria a
Bahia, mas o que se vê agora é um governo pífio", criticou o deputado
federal e adversário político, Geddel Vieira Lima (PMDB). Com a performance
desastrosa de Jaques Wagner na Bahia, pela primeira vez, desde 1998, a oposição
nutre a expectativa de triunfar nas urnas baianas nas eleições presidenciais.
Fonte: Istoé/Bahia 247
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