Os erros na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), anunciados na tarde desta
sexta-feira (19), podem levar à saída da presidente do IBGE, Wasmália Bivar,
responsável pelo levantamento. Na avaliação de interlocutores do governo, a
presidente do instituto de pesquisa perdeu as condições de permanecer no cargo,
embora não tenha sido anunciada nenhuma decisão oficial sobre o seu
afastamento. A presidente Dilma Rousseff foi informada sobre os erros na Pnad e
também da necessidade de revisão na coleta dos dados pela ministra do
Planejamento, Miriam Belchior, antes de viajar ao Rio, onde fez campanha
eleitoral. A presidente ficou muito contrariada, segundo auxiliares, e
determinou a abertura de uma comissão interministerial para investigar o caso e
descobrir os responsáveis pela situação, definida por ela como "inaceitável".
A Casa Civil será a encarregada de fazer a investigação. Na quinta-feira, o
governo havia comemorado os dados anunciados e Dilma fizera questão de
destacá-los, ponto por ponto, no Palácio da Alvorada, amenizando a piora no
indicador de desigualdade de renda. Os problemas na Pnad mobilizaram o governo.
Além de Miriam Belchior, mais três ministros foram convocados por Dilma a dar
mais explicações sobre o caso, em entrevista à imprensa neste sábado (20). Em
conversas reservadas, integrantes da campanha de Dilma manifestaram receio de
que a correção na Pnad acabe virando um caso como a "errata" do
programa de governo da candidata do PSB, Marina Silva, até hoje alvo de
críticas do PT por ter corrigido pontos de sua plataforma eleitoral. O Planalto
e o comitê da reeleição farão de tudo para evitar que a troca dos números seja
usada pelos adversários de Dilma para desgastar a gestão do governo. A ministra
do Planejamento Miriam Belchior disse que o governo ficou chocado com o erro.
"Estamos tentando entender o que ocorreu e tomaremos medidas. Apuraremos
se será necessária medida disciplinar contra responsáveis", garantiu
Miriam. "Lamentavelmente, o procedimento de checagem e rechecagem não
funcionou. Acho que houve uma falta de cuidado no procedimento básico",
admitiu a ministra. (Colaboraram Nivaldo Souza e Victor Martins)
As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
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