Depois de mais uma
rodada de negociações, na tarde desta quarta-feira (22), os caminhoneiros
deixaram a reunião realizada na Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT) anunciando uma nova greve da categoria para a partir da zero hora desta
quinta-feira (23). Os caminhoneiros querem uma tabela de custo que possa
garantir um preço mínimo para o transporte de mercadorias, mas não houve acordo
sobre o tema. Uma nova paralisação da categoria preocupa, e muito, o Palácio do
Planalto, que está às voltas com difíceis votações no Congresso como o ajuste
fiscal e enfrenta dificuldades na economia, com aumento da inflação. O
deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), coordenador da comissão externa da Câmara
que acompanha o movimento de caminhoneiros, que participou da reunião com o
governo, disse que não há consenso sobre o principal ponto para a categoria,
que é garantia de preço mínimo para o frete. "Infelizmente não há mais o
que fazer. Agora, acho que ninguém mais segura a greve que vai começar à
meia-noite porque se chegou ao limite da negociação. Estou muito preocupado com
isso, porque a greve pode parar o País e isso é a pior coisa do mundo, pois os
prejuízos são incalculáveis", declarou o deputado ao Broadcast, serviço de
notícias em tempo real da Agência Estado. O deputado lembrou que as grandes
empresas não aceitam o cumprimento de uma tabela para pagamento de fretes
porque defendem que deve valer a lei da oferta e da procura. O deputado
afirmou ainda que, na reunião, o representante do Planalto, o ministro da
Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, alegou que é "inconstitucional"
qualquer tipo de interferência do governo federal nesta questão. "Rossetto
disse que não tem como colocar em prática uma tabela impositiva para o frete.
Sem acordo neste, que é o principal ponto de discussão, a greve será
deflagrada, infelizmente", prosseguiu Maldaner. Em nota, a
Secretaria-Geral da Presidência reagiu, informando ter atendido todas as
reivindicações dos caminhoneiros. Na reunião, de acordo com a Secretaria-Geral,
o ministro Rossetto, apresentou "um balanço das conquistas e garantiu a continuidade
do diálogo permanente com o setor" e citou que as medidas foram
construídas "em ambiente de diálogo e respeito". "São conquistas
importantes que marcam uma nova relação entre o governo federal e o setor de
transporte de cargas, em especial, os caminhoneiros. Queremos continuar esta
construção de agenda positiva a partir de um diálogo permanente", declarou
Rossetto, de acordo com a nota. Em seguida, o governo lista o atendimento
de 15 reivindicações da categoria. Entre elas, há destaque para sanção
integral, sem vetos, da Lei dos Caminhoneiros; isenção de pagamento de pedágio
para o eixo suspenso de caminhões vazios; aumento do valor da estadia de R$
1,00 para R$ 1,38 por tonelada/hora, calculada sobre a capacidade total de
carga do veículo; perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos
dois anos e responsabilização do embarcador pelos prejuízos decorrentes do
excesso de peso e transbordo da carga em excesso. Só que o principal ponto para
os caminhoneiros, que é o valor do frete, não está contemplado no acordo.
Fonte:BN
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