Dados do Mapa da Violência apontam que
ocorreram 56 mil homicídios no Brasil em 2012. O número, que supera a soma de
mortos em conflitos registrados em 41 países no mesmo ano, onde cerca de 37 mil
pessoas foram declaradas vítimas fatais, foi discutido durante o ato público
contra o genocídio de jovens negros: fundamentação jurídica, organizado
pelo Programa Direito e Relações Raciais - PDRR, da Faculdade de Direito
da Universidade Federal da Bahia, realizado nesta sexta-feira (10), em
Salvador.
Representando a senadora Lídice da Mata
no encontro coordenado pelo professor Samuel Vida, o assessor especial da CPI
do Senado que investiga os assassinatos de jovens, James Lewis Gorman, alertou
que apenas 8% dos casos são apurados e, destes, a maioria segue sem elucidação.
Segundo ele, a falta de interesse na investigação dessas mortes ocorre por
conta de problemas graves ocasionados pela ausência do Estado Brasileiro em
setores como Saúde e, sobretudo a Educação. “Das vítimas da violência no país,
apenas 70% sequer completaram o Ensino Fundamental”, disse.
Gorman afirmou ainda que a Política
Nacional de Segurança Pública é defasada e alerta que milhares de crimes deixam
de ser investigados por conta da falta de amparo constitucional de recursos
como o auto de resistência, que sequer são contabilizados como homicídios. “O
próprio enfrentamento ao tráfico de drogas é um retrato desse atraso da
política de segurança”, acrescentou.
Parlamentares
– Também presentes
no evento, os deputados Davidson Magalhães (federal – PC do B) e Marcelino Galo
(Estadual - PT), além do vereador Silvio Humberto (PSB), criticaram duramente
as políticas de segurança. Já a pesquisadora e professora do Núcleo de Violência, Democracia,
Controle Social e Cidadania da
Universidade Católica do Salvador, Márcia Calazans, as classificou como
genocidas. “Para se ter uma ideia, houve um salto no número de assassinatos em
Salvador a partir de 2002 e, de 2010 a 2014, as localidades do Subúrbio,
Tancredo Neves e Cia – Centro Industrial de Aratu – lideraram o ranking dos
homicídios em Salvador.
Também participaram do debate,
representantes de movimentos sociais, comunidades quilombolas e universidades.
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