sábado, julho 18, 2015

CHORROCHO E REGIÃO SE DESPEDE DE JUVENAL





 Chorrochó se despede de seu grande líder, José Juvenal de Araújo. A costura política do município nas últimas décadas contou com sua participação ponderada, cautelosa, necessária.
                            Lideranças surgem e vão-se a qualquer tempo. Contudo, umas se sobressaem mais que outras, porque se sustentam em si mesmas. São autênticas, relevantes, indestrutíveis, inegáveis. Assim, José Juvenal.
                            Ingressou na política ainda muito jovem estribado em natural influência do pai Oscar Araújo Costa, líder inconteste de Caraíbas, seu reduto, raiz e aconchego. Dentre suas qualidades incontestáveis, uma se destacou: a capacidade de transitar, com desenvoltura, em todas as camadas sociais do município. Isto lhe assegurou outra façanha ainda mais admirável: sabia fazer amigos e anular a possibilidade de atrair adversários. Na seara política era habilidoso para lidar, simultaneamente, com amigos e pessoas contrárias.
                            Mestre na arte de alinhavar entendimentos, José Juvenal deixa um legado de sabedoria política que, entretanto, nunca usou em benefício próprio. É conhecido seu desprendimento. Muitas e incontáveis vezes sacrificou-se a si próprio em benefício da população. No livro Dorotheu: caminhos, lutas e esperanças lançado em 2001,escrevi que no dicionário de José Juvenal faltava a palavra não. Com efeito, nunca se esquivou em dar a mão a quem precisava, de modo que fazia política diariamente, exercendo ou não mandato eletivo. A generosidade sempre fez parte de suas ações.    
                            José Juvenal soube construir seu legado. Todavia, em eventuais quadras da história política chorrochoense teve que dividir muitos dos alicerces que edificou, porque isto fazia parte de sua sabedoria enquanto homem público. Sabia transigir, conjecturar, presumir, avaliar.        
                            Chorrochó está triste. A população de Chorrochó está triste. Seus amigos e admiradores estão tristes. E sua família dilacerada com a dor da partida, porque nenhum compêndio é capaz de ensinar como aquilatar a ausência definitiva e a resignação diante da morte.
                            O povo de Chorrochó está órfão. José Juvenal era defensor diuturno dos mais humildes. Ví-o muitas vezes desanuviar as dúvidas de pessoas desesperançadas, indicando o caminho mais curto para minorar as necessidades. E o fazia com total desprendimento, ciente de que seu dever de ajudar emanava das urnas. Seu amparo e segurança residiam na vontade popular.
                            Os três mandatos que exerceu como prefeito de Chorrochó sustentaram sua condição de líder. Mais do que isto, firmou-se como presença obrigatória em todas as discussões de interesse do município.
                            Roberto Mangabeira Unger diz que “não se constrói sem aglutinar e não se muda sem dividir”.
                            José Juvenal soube aglutinar e soube dividir, quando necessário. Talvez aí estivesse sua sabedoria de homem público. Deixa um vazio e deixa saudade, mas também a certeza de que foi incapaz de fazer maldades contra o povo que tanto amou.
                            Post scriptum: registro minhas condolências a Maria Creuza Miranda dos Santos Araújo, Oscar Araújo Costa Neto, Sheila Jaqueline Miranda Araújo e a todos da família de José Juvenal de Araújo. Que Deus os conforte neste cruel momento de dor.
                    Blog Walter araujo-costa@uol.com.br  

Imagens facebook e blog Geraldo José.
                                  

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