O juiz Vallisney de
Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, acolheu pedido do Ministério
Público Federal e determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal da empresa
LFT Marketing Esportivo, pertencente a um filho do ex-presidente Lula, Luis Claudio
Lula da Silva, e do ex-ministro e ex-chefe do gabinete pessoal de Lula Gilberto
Carvalho, hoje presidente do conselho nacional do Sesi (Serviço Social da
Indústria).
A decisão foi tomada há
duas semanas e está sob segredo de Justiça. A investigação é um desdobramento
da Operação Zelotes, desencadeada em março para apurar supostas fraudes e
corrupção no Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga
recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita Federal.
A investigação da PF e
do Ministério Público revelou que a empresa de Luis Claudio recebeu, entre 2014
e 2015, um total de R$ 2,5 milhões da firma de lobby Marcondes e Mautoni,
pertencente ao lobista e ex-diretor da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores) Mauro Marcondes Machado.
Na mesma época, a
Marcondes e Mautoni recebeu R$ 16 milhões de duas empresas, a MMC e a Caoa, que
atuam com produtos da Hiunday e da Mitsubishi, segundo a PF interessadas em
obter medidas do governo federal para estender benefícios fiscais no setor
automotivo.
Sobre Gilberto
Carvalho, os investigadores pretendem saber se ele recebeu alguma vantagem
indevida enquanto trabalhava no governo e se ajudou de forma ilegal a edição de
medidas provisórias que a PF considerou “compradas” para beneficiar o setor
automotivo.
Procuradores que atuam
na investigação pediram cautela sobre a avaliação do papel de Carvalho e
levantaram a hipótese de o nome do ex-ministro ter sido usado indevidamente por
lobistas. Em nota divulgada na quarta-feira, o advogado de Luis Claudio,
Cristiano Zanin Martins, afirmou que tomará “as medidas cabíveis para impugnar
a quebra de sigilo, para que ela também seja reconhecida ilegal pela instância
superior”. (Folhapress)
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