Atual conselheiro do
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia, Mario Negromonte, mais uma
vez, tem o nome citado por delatores da Lava Jato. O transportador de valores
Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmou que ouviu do doleiro Alberto
Youssef que o ex-ministro dasCidades era o "mais achacador" entre os
políticos. Em conversa com o Bocão News, ele rebateu. “São 30 delatores, li
todas as delações e apenas três falam meu nome e sem prova”, diz Negromonte
referindo-se a Youssef, Ceará e Rafael Ângulo.
Mario Negromonte diz
que há uma “combinação” entre os delatores para incriminá-lo. “Os três
combinaram para um convalidar o que o outro fala para ter a pena abrandada”,
acusa Negromonte. Segundo ele, os delatores tinham ligação com o então líder do
PP na Câmara Federal, José Janene, morto em 2010. Para ter pena reduzida, os
elementos da delação devem ser comprovados.
Ainda de acordo com o
conselheiro do TCM, Youssef teve seus interesses contrariados quando tentou,
por diversas vezes, conseguir benesses por meio do Ministério das Cidades.
Apesar da afirmação, Negromonte diz que não teve com o doleiro pessoalmente.
“Nunca o atendi. Algum empresário pedia para eu atender e eu não atendia. Ele
foi apresentado a deputados do PP como um empresário e amigo de Janene. Depois
que descobrimos o que ele fazia, nos afastamos. Era uma figura que ninguém
queria conversar”, relatou.
Na delação, Ceará
afirmou que entregou dinheiro em espécie a Negromonte, a mando de Youssef. Os
valores teriam sido entregues em apartamento funcional em Brasília, na presença
de outros deputados. O delator afirmou ainda que Youssef lhe contou que, na
campanha de 2010, repassou R$ 5 milhões a Negromonte. O ex-ministro
desmente. “É um criminoso querendo se
livrar dos crimes”.
Em sua defesa,
Negromonte diz que foi deputado por seis vezes e nunca sofreu um processo.
“Como ministro nada tem contra mim. Nem na CGU, nem no TCU e nem na Polícia
Federal”.
Diante do retorno do
seu nome ao escândalo do Petrolão, o Bocão News questionou se ele teme ser
pressionado por seus pares no TCM a deixar o cargo, Negromonte minimiza o
impacto. “Essa delação é de julho. E todos os fatos narrados são anteriores à
minha indicação e nomeação no Tribunal”.
Por Cíntia Kelly/Beira Rio Noticias
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