Você tem o mosquito e a
mosquita. O mosquito gosta de frutas, ele não pica nem extrai sangue das
pessoas. Quem faz isso é a mosquita. É a mosquita que pica. E é quando ela pica
que contamina, porque é a mosquita que transporta o vírus da zika."
Adotando uma linguagem
coloquial, a presidente Dilma Rousseff teve nesta sexta-feira (19/02), um dia
de professora e comandou uma aula a 370 estudantes do Colégio da Polícia
Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro (BA). O tema da apresentação foi como
combater o mosquito Aedes aegypti e a relação da epidemia do vírus da zika com
o aumento dos casos de microcefalia.
Além de chamar o vetor
da dengue, da zika e do chikugunya de "mosquita", Dilma usou uma
série de metáforas e onomatopeias para conseguir prender a atenção, por cerca
de uma hora, de meninos e meninas com idades entre 10 e 14 anos.
"Eu vou mostrar de
onde vem o tal do vírus da zika. Ele veio da África, de um país chamando
Uganda, que tem uma montanha chamada zika", disse apontando para o slide
do power point projetado na tela, que trazia um mapa do continente africano.
"Aonde o mosquito
não vai? Aonde tem peixe, porque o peixe come a larva do mosquito. Se você
tiver um laguinho e tiver um peixe dentro, o mosquito já era. Porque o peixe
vai lá e 'babau' para o mosquito", afirmou ao explicar porque era
importante eliminar os focos de água parada.
Ao falar das
complicações causadas pelo vírus da zika, Dilma demonstrou preocupação com
relação ao nascimento de bebês com microcefalia, mas minimizou a síndrome de
Guillain-Barré, que, segundo ela, é "uma doença que incomoda, mas não tem
a gravidade" da má-formação craniana. A síndrome pode causar paralisia e
até mesmo levar à morte em alguns casos.
A aula de Dilma fez
parte de mais uma iniciativa do governo no esforço de mobilizar as pessoas no
combate ao Aedes aegypti. Além da viagem da presidente à cidade da Bahia, pelo
menos 27 dos 31 ministros visitaram escolas em todo o país nesta sexta. No
sábado passado, todo o governo já havia participado de uma campanha que, junto
com 270 mil homens das Forças Armadas, visitou casas e comércios em cidades
brasileiras.
Nesta sexta, a
presidente voltou a pedir que a população destinasse pelo menos 15 minutos por
semana para fazer uma faxina e eliminar os focos do mosquito. Ela afirmou ainda
que a iniciativa era importante porque cerca de 2/3 dos criadouros se
concentram nas casas das pessoas.
Dilma também respondeu
a perguntas dos estudantes. Uma delas questionou se os casos de zika poderiam
prejudicar as Olimpíadas 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro.
A presidente disse que
não, já que o período de maior incidência de proliferação do mosquito é de
janeiro a junho, "no máximo julho", e os jogos ocorrem de 5 a 21 de
agosto. Ela, no entanto, recomendou que atletas usassem roupas compridas e
usassem repelentes.
Antes da aula, Dilma
visitou a fábrica Moscamed Brasil, que trabalha com o desenvolvimento de
mosquitos transgênicos e esterilizados, que poderão ser usados para reduzir a
reprodução do Aedes aegypti.
Epoca
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