Eloy Pacheco de
Menezes fez parte de uma época de lutas e turbulências do município de
Chorrochó. Integrante de família tradicional, carregava no nome a marca de uma
estirpe muito respeitável na região: Pacheco e Menezes.
Em todo o território
do município e circunvizinhança, principalmente na zona rural, quando os
sertanejos falavam em respeito e dignidade, era comum a referência a “os
Pachecos”, como senhores portadores desses atributos tão importantes na vida do
povo nordestino.
Um dos legados
de Eloy Pacheco de Menezes foi e será a luta constante e
intensa que travou, ao lado de Dorotheu Pacheco de Menezes, amigo e confidente,
em prol dos interesses de Chorrochó. Ao consolidar-se a emancipação do
município em 12.09.1954, Eloy foi nomeado gestor dos negócios municipais, uma
espécie de prefeito provisório, por decreto do então governador da Bahia, Luís
Régis Pacheco Pereira. Nessa condição, foi o responsável pela instalação dos
serviços públicos do município, enquanto as instituições precariamente se
acomodavam.
Ó
Todavia, a história
registra alguns atributos de Eloy, além dessa arraigada luta política ao lado
de Dorotheu: o caráter inflexível, a dignidade e a intransigência quando,
eventualmente, sentia sua honra ameaçada. Noutras palavras, era valente, pavio
curto e, sobremaneira, decidido. Em defesa da família e de seus valores morais
era impassível, afoito, corajoso, audaz.
Embora Chorrochó,
através de seus órgãos de cultura, nunca tenha evidenciado o papel de Eloy
Pacheco de Menezes na história do município, é inegável sua
contribuição para edificar os alicerces de que hoje o município dispõe.
Dir-se-ia que Eloy foi um daqueles “coronéis” intransigentemente engajados na
luta pela grandeza do município, embora ele não tenha sido propriamente, um
coronel nordestino, na acepção sociológica da palavra.
Eloy viveu numa época
em que era evidente a ausência de entendimento entre as lideranças municipais,
fato esse que direcionava os assuntos políticos para o terreno das relações pessoais.
Tempos difíceis, em que a convivência em comunidade entre os políticos e
líderes dava-se de forma arredia, desconfiada, vigilantemente atenta.
Naquele tempo, as
correntes políticas de Chorrochó tinham inimigos e não adversários. E Eloy
nunca subestimou o lado contrário, mas não vergava quando o assunto era o
arranhar de sua honra. Em razão disto, tinha fama de duro, valente,
intransigente. Aqui, o fundo de verdade é de ordem geral. O homem nordestino
daquele tempo era zeloso com sua honra e construía a reputação alicerçada no
respeito e na palavra empenhada.
Casado com Maria
Argentina de Menezes, uma elegante senhora da sociedade chorrochoense, Eloy
constituiu uma família honrada e decente que enriquece Chorrochó até hoje,
através de sua valiosa e respeitável descendência. Transmitiu aos seus filhos a
mesma retidão de caráter que ostentou até a morte.
Eloy, sua esposa
Maria Argentina de Menezes e seus filhos Ernani do Amaral Menezes, Maria
Menezes (Pina) José Eudes de Menezes (Iê) e Antonio Euvaldo Pacheco de Menezes
(Totó) contribuíram, cada um a seu modo, para uma quadra inesquecível da
história de Chorrochó, que deve muito a todos eles.
A história de
Chorrochó precisa retirar Eloy Pacheco de Menezes do
esquecimento e colocá-lo à luz do conhecimento das novas gerações.
Por Walter Araujo/Blog
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