Praticamente isolado, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado das suas atribuições
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), passou a estar numa situação vexatória. De
tal ordem que seus próprios aliados, se é que eles continuam ao seu lado, estão
a divulgar, supostamente à revelia do chefão, que estaria inclinado a fazer uma
delação premiada para escapar de uma pena pesadíssima. Cunha rebate, diz que
não, mas, mesmo assim, a delação permanece na mídia por ser uma hipótese
plausível. Pode ser um jogo político que o próprio deputado mantém, na
tentativa de gerar apreensões. Se ele falar o que sabe será um pandemônio. De
tal modo que tudo o que esta no momento no cenário será pouco para o que vier
acontecer mais adiante. Inclusive, também em relação aos problemas que o
presidente em exercício, Michel Temer, passou a se inquietar a partir das
denúncias feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Os aliados
de Cunha parece diminuírem por estarem também atemorizados. O medo é total na República
e cresce na medida em que a Operação Lava-Jato ganha corpo, enquanto o juiz
Sérgio Moro se fortalece no Paraná, com o apoio quase, ou senão absoluto, da
opinião pública. Se Eduardo Cunha fizer uma delação premiada terá que ser à
Lava Jato. Esta segunda-feira (20) será um teste para o deputado que pretende
reunir - assim está previsto - sua tropa de choque. O número determinará
quantos ainda comanda, e quantos temem a sua força, em parte formada por
corruptos. Está marcada para amanhã, terça-feira, uma entrevista à imprensa. Se
Cunha a mantiver poderá vir a ser uma bomba. Enquanto isso, seus aliados tentam
convencê-lo a abandonar a comando da Câmara, única possibilidade de se manter
no mandato parlamentar. É uma saída que ele poderá meditar, mas sabe que, se
abdicar, perderá toda a força que reuniu. Sem a presidência do poder, ficará
frágil. Além do mais, ainda terá que esperar por uma decisão do STF.
Bahia Noticias
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