Apesar de o PT ter o maior número,
atualmente, de prefeituras na Bahia o cenário pode mudar após as eleições deste
ano. Assim é o discurso dos presidentes estaduais dos partidos ligados ao
prefeito ACM Neto, que pretendem expandir expressivamente o número de gestores
municipais no estado. A conjuntura política atual somado ao enfraquecimento do
PT e a popularidade do chefe do executivo da capital baiana favorecem as
expectativas do grupo oposicionista ao governador Rui Costa (PT).
Entre os principais partidos de
oposição ao governo, o PMDB elegeu 45 prefeitos em 2012. O presidente da sigla
na Bahia, deputado Lúcio Vieira Lima, não soube informar o número atual. Ele
apenas afirmou que “entraram mais gestores na legenda do que saíram”. A meta
para 2016, segundo Lucio, é chegar a 60 prefeituras. O PMDB, antes de romper
com o governo Jaques Wagner em 2008, tinha mais de 100 prefeitos.
Já o partido Democratas é o que mais
“sonha” alto. Segundo o presidente José Carlos Aleluia, a meta é “expandir
expressivamente o número de prefeituras e ser a sigla com mais votos”. Conforme
o secretário do partido, José Gama, o DEM elegeu nove prefeitos no pleito de
2012 e atualmente tem 12. “A meta é ultrapassar a casa dos 60, chegando até a
80”.
Ainda de acordo com ele, o Democratas
vai lançar 120 candidatos em cidades “estratégicas”. “A articulação está sendo
feita para unir a oposição e ultrapassar o partido do governo”. Entre as
cidades estão Barreiras, Alagoinhas, Luís Eduardo, Salvador, Feira de Santana,
Camaçari, Candeias, Santo Amaro, Madre de Deus e São Francisco do
Conde. Publicamente eles não falam, mas nos bastidores é fato que a ideia
é fortalecer o prefeito ACM Neto já visando uma possível candidatura em 2018
onde deve enfrentar Rui Costa na briga pelo Palácio de Ondina.
O PRB atualmente tem três municípios
e a pretensão, conforme o deputado Sidelvan Nóbrega, presidente da sigla em
Salvador, é eleger entre 15 e 20. Já o PV tem duas prefeituras atualmente, em
2012 elegeu sete, porém perdeu cinco durante o mandato. De acordo com o
ex-presidente estadual do partido Ivanilson Gomes, os prefeitos foram
“pressionados a irem para a base do governo estadual”. A perspectiva dos verdes
é chegar a oito este ano. Hoje, o partido tem 18 pré-candidatos.
Comando na Bahia
O levantamento feito pelo Bocão
News mostra que os partidos que mais ampliaram o número de gestores
municipais após o fechamento da janela partidária em março deste ano foram o
PSD, que tinha 68 e hoje está com 80, o PR que de 16 pulou para 22, e o PSL que
de dois foi para 17, conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral e dos
representantes das siglas.
Apenas seis partidos são responsáveis
pela gestão de mais da metade das prefeituras da Bahia. PT, PSD, PMDB, PP, PR e
PSB.
Base do governo estadual
O PT tem hoje 88 prefeituras, segundo
o secretário de organização do partido, Hélio Santana. Em 2012 elegeu 96 e
nesses quatro anos perdeu cinco prefeitos.
Entre os partidos da base governista,
o PSD em 2012 tinha 68, mas ampliou para 80. A assessoria do partido não
informou qual a pretensão para 2016, pois o senador Otto Alencar, presidente da
sigla, “considerou cedo falar em estimativa no momento”.
Já o PP elegeu 54 gestores em 2012,
no entanto, após quatro anos esse número teve um acréscimo de três, chegando a
57. A meta para o pleito deste ano é atingir a marca de 70 prefeitos, conforme
o deputado federal Cacá Leão.
O PCdoB se manteve com o mesmo número
das últimas eleições, com 13 prefeituras no estado. Conforme o presidente do
partido, deputado federal Daniel Almeida, nesses quatros anos a sigla perdeu um
gestor e ganhou outro. Segundo Almeida, a meta para 2016 é dobrar o número de
prefeituras.
“Temos 70 candidatos e pretendemos
eleger 30”. O parlamentar apontou a “baixa” no PT para o fortalecimento do
PCdoB. “O próprio ambiente político favoreceu a adesão ao PCdoB. Muita gente
que tinha um posicionamento de esquerda acabou indo para o nosso partido”,
pontuou. Ele citou as cidades de Itabuna, Camaçari, Juazeiro e Salvador, com
chances fortes de vitória.
O PR tem atualmente 22 prefeitos e
pretende fazer entre 30 a 40 em 2016, conforme o presidente estadual, José
Carlos Araújo. Em 2012 elegeu 16. O PSB tem 27 prefeituras segundo o partido.
Ainda conforme a sigla, em 2012 elegeu 30. O número destoa do apresentado pelo
TRE, 27 prefeituras. Para este ano o partido lança 100 candidatos com pretensão
de eleger 50% do quadro.
Já o PDT tem 37 prefeituras, de
acordo com dados de Felix Mendonça. Em 2012 elegeu 42 e para este lança 80
candidatos com a meta de eleger 30%.
O PSDB elegeu em 2012 oito prefeitos.
Até o fechamento da matéria o partido não informou quantos municípios têm
representantes atualmente e qual a perspectiva para este ano.
O PSL, que agora tem como líder o
presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, fez duas
prefeituras em 2012, e aumentou consideravelmente este número. Hoje tem 17.
Segundo Nilo, meta é fazer entre 30 a 35 em 2016.
O curioso no estado baiano é que nem
o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nem a União dos Municípios da Bahia (UPB)
monitoram o número de prefeituras que cada partido tem. No site oficial do TRE
consta apenas os dados das eleições de 2012, já a UPB tem uma lista
desatualizada.
Prefeitos que não concluíram o mandato
Alguns prefeitos eleitos no pleito municipal de 2012
não concluíram o mandato que encerra em dezembro deste ano. Os principais
motivos são morte, renúncia ou cassação.
A ex-prefeita da cidade Madre de Deus, Carmen
Gandarela (PT) renunciou o cargo, três meses após a posse, alegando motivos
pessoais. O ex-prefeito de Cruz das Almas, Raimundo Jean Cavalcante Silva,
também renunciou ao mandato em carta aberta à população, alegando problemas
médicos.
Em São Francisco do Conde, a ex-prefeita Rilza
Valetim morreu em 2014, aos 51 anos, na metade do mandato. A ex-gestora tinha
anemia falciforme e faleceu devido a uma embolia pulmonar.
Já o deputado estadual Adolfo Menezes ganhou as
eleições municipais em Campo Formoso, mas renunciou antes mesmo de tomar posse.
Ele respondia a um processo judicial, acusado de fazer campanha fora do período
determinado e poderia ter o pleito anulado. Assim, como diz o ditado popular “o
seguro morreu de velho”, ele retornou a Assembleia Legislativa da Bahia, onde
hoje é vice-presidente, já que se tomasse posse perderia o cargo de
parlamentar.
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