Esta semana a
Secretaria de Saúde de Pernambuco divulgou um boletim reforçando a importância
da vacina tríplice viral como medida preventiva contra a caxumba – uma infecção
viral aguda que afeta as glândulas parótidas, responsáveis pela produção da
saliva e que ficam localizadas abaixo dos lóbulos das orelhas. Desde 2015 vêm
sendo observados em todo o país surtos da doença, com os primeiros registros em
Pernambuco datados do mês de maio do ano passado. Ao longo de 2016 foram
notificados 76 surtos envolvendo 836 casos no estado.
De acordo com o setor
de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual, quanto mais rápida a comunicação,
mais efetivas serão as medidas adotadas pelos municípios. Por isso, o setor de
Pediatria do Hospital Dom Malan (HDM/Imip), em Petrolina, se antecipou e
começou a informar à população as principais características da doença, visando
a contribuir com a prevenção. “Às vezes o que as pessoas precisam é de
informação, e nós não vamos pecar por essa falta de esclarecimento, até porque
fazemos parte de uma rede de saúde e todos nós somos parceiros nesse sentido”,
ressalta a pediatra, Dr.ª Fernanda Patrícia Novaes.
Considerada uma doença
típica da infância, a caxumba também pode atingir pessoas de qualquer idade e
evoluir com complicações graves como orquite (inflamação dos testículos),
inflamação nos ovários, meningite viral e até encefalite (inflamação no
cérebro). “Ela é mais comum na infância porque o sistema imunológico da criança
ainda está em formação, mas ela pode acometer qualquer faixa etária.
Geralmente, a caxumba provoca um aumento de volume bem característico próximo à
mandíbula e ao ouvido, febre e dificuldade para mastigar. Nos casos leves e
moderados, o paciente também pode apresentar dores no corpo, fadiga e perda de
apetite”, acrescenta a pediatra.
Tratamento
Segundo Fernanda, o
tratamento é sintomático (não havendo uma medicação específica). Aos primeiros
sinais da doença a pessoa infectada deve procurar o posto de saúde, tendo que
ficar em isolamento domiciliar para não disseminar o vírus. “Em geral, os
sintomas são brandos e tratados com antitérmicos e analgésicos, devendo ser
evitado o AAS. Repouso, hidratação e boa alimentação também são importantes
aliados”, destaca. A contaminação da caxumba ocorre através de gotículas de
saliva do doente, que se espalham pelo ar alcançando as vias aéreas de pessoas
próximas. A única prevenção eficaz continua sendo a vacina, cuja primeira dose
no calendário brasileiro está indicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses
na forma da vacina tetraviral.
Uma vez infectada, a
pessoa pode contaminar outras no período entre seis dias antes do início dos
sintomas até cerca de 15 dias após. O período de incubação pode ser de 14 a 25
dias. “O momento não é de alarme, mas sim de atenção e reforço sobre a
importância da vacinação. Estamos sempre atentos às doenças sazonais e ao
surgimento de epidemias”, garante a médica.
Carlos Britto
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