Um estudante de
Psicologia da cidade de Rio Branco, no Acre, está desaparecido desde o dia 27
de março, mas, apesar da preocupação, a família acredita que o sumiço seja parte
de um projeto maior do próprio rapaz. Bruno Borges, de 24 anos, foi visto pela
última vez pelo pai, o empresário Athos Borges, na esquina de casa, após um
almoço em família. Os familiares contam que desde 2013 ele vinha trabalhando em
um projeto secreto e o resultado ou parte dele foi revelado com sua partida.
Atrás da porta do quarto, que passava 24 horas por dia trancado, está uma
estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), orçada em R$ 7 mil, segundo
informações do G1 AC. Os móveis também deram lugar a 14 livros escritos à mão
pelo próprio Bruno. Alguns deles tomam paredes, o teto e o chão do cômodo.
Todas as obras, que foram identificadas com números romanos, estão
criptografadas. De acordo com a publicação, essas mudanças foram feitas em um período
em que os pais do jovem estavam viajando de férias. O estudante ficou em casa
com os dois irmãos, Rodrigo Borges, que é seu gêmeo, e Gabriela Borges, irmã
mais velha. "Ele falava que era o projeto dele, eu questionava ele porque
eu, como irmã, não poderia saber o que era o projeto e ele me disse que iria me
contar o que era em duas semanas. As pessoas falam porque que você não foi lá e
abriu aquela porta? As pessoas têm que entender que não se tratava de uma
criança, ele é um adulto e tem a privacidade dele, me incomodava, mas eu não
podia arrombar a porta", relatou Gabriela ao portal. Ela contou que o
irmão deixou ainda uma chave que relaciona letras aos símbolos, o que os ajudou
a traduzir algumas mensagens. Assim, eles descobriram que o título de um dos
livros é "A Teoria da Absorção do Conhecimento".
Além dos textos,
escritos com simetria nas paredes, várias simbologias foram desenhadas por todo
o cômodo, que comporta ainda um quadro na parede onde o próprio Bruno aparece
sendo tocado por um extraterrestre. A mãe do jovem, a psicóloga Denise Borges,
contou ao portal que ele até lhe pediu para custear o projeto, mas, como ele
não revelava a ideia, ela não aceitou. Ainda assim, ele conseguiu o dinheiro
necessário – todo o projeto custos R$ 20 mil – com um primo. "Ele dizia
que era secreto e não dei o dinheiro. Então, ele começou a procurar pessoas que
acreditassem nele sem contar o que era o projeto. Ele só me falava que estava
escrevendo 14 livros que iriam mudar a humanidade de uma forma boa. Ele me pediu
um ano sem trabalhar para terminar e eu, orientada por um médico, deixei",
conta. Embora não entenda exatamente a mensagem deixada pelo filho, Denise tem
esperança de que o filho esteja focado em um projeto intelectual, que só
pessoas de conhecimento avançado podem compreender. "Antes disso, ele tinha escrito cinco
livros. Um deles ele queria patentear, porque havia lançado uma teoria. Ele me
pediu ajuda e eu disse que iria ler. Li três vezes. Somente na terceira, quando
fui ler, entendi. Nunca tinha visto uma coisa daquela, era perfeita a teoria
dele, que somos interligados em tudo. Ele queria patentear e eu não dei
conta", pontua. Segundo Denise, Bruno estudava filosofia há tempos e era
muito fã de Giordano, com quem ele chegou a ser comparado fisicamente. Diante
da repercussão do caso, curiosos chegaram a sugerir que o projeto de Bruno seja
terminar as obras do filósofo – interrompidas com sua morte na Inquisição. Para
solucionar o caso, a família procura algum especialista que possa ajudar a
decifrar as diferentes criptografias dos livros. "Como mãe, tenho medo
dele estar no tempo ou sem comer. Como psicóloga, sei que se a pessoa ficar
muito tempo sem se alimentar pode entrar em um surto. Estou preocupada, mas
nessas horas o que pode alentar é joelho no chão e Deus. Existe tanta oração
por ele, que o vejo coberto de luz divina", ressalta a mãe, católica. O
caso está sob investigação sigilosa da Polícia Civil do Acre.
BN
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