JOELMIR TAVARES
SÃO PAULO,
SP (FOLHAPRESS) - Após quase quatro anos de operação, a Lava Jato atingiu em
2017 personagens que não fazem parte diretamente do mundo político. Veja
abaixo:
Ticiana
Villas Boas
Mulher de
Joesley Batista, a jornalista se afastou do SBT, onde apresentava reality shows
de culinária, após o marido aquecer em fogo alto a República. A delação do
sócio da JBS fez a carreira dela desandar e esfriou o casamento dos dois, já
que nos áudios ele cometia indiscrições (virou meme o trecho em que relata a
intenção de "comer duas véia"). Ticiana ressurgiu nas redes sociais
em novembro, falando em "justiça divina" e em buscar "forças
para voltar a viver e lutar"
Patricia
Abravanel
Filha de
Silvio Santos e mulher do deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), a
apresentadora foi parar no baú da delação da JSB. Pelo relato de um executivo,
Faria discutiu propina em "um jantar muito elegante" na casa de
Joesley Batista com a presença da filha do dono do SBT. Os dois dizem que a
afirmação é caluniosa e recorreram à Justiça. Ticiana Villas Boas, então colega
de Patrícia na emissora, defendeu a amiga e disse que elas não presenciaram
acerto no tal jantar
Romero
Britto
Retratista
de políticos que admira (já fez quadros das famílias Obama e Doria), o pintor
das muitas cores viu a Justiça mandar leiloar obras que ele diz ter dado de
presente a Sérgio Cabral (MDB-RJ) e à mulher dele, Adriana Ancelmo. Avaliados
em R$ 146 mil, os quadros com o rosto do ex-governador do Rio e da ex-primeira
dama e um terceiro, abstrato, estavam na casa de veraneio dos dois, presos após
investigações apontarem uma série de desvios. O leilão foi suspenso em setembro
Benito Di Paula
O cantor soltou a voz para reclamar do
"desrespeito" do deputado Carlos Marun (MDB-MS) por parodiar sua
canção "Tudo Está no Seu Lugar", festejando o arquivamento da segunda
denúncia contra Temer, baseada em delação da Lava Jato. O político, depois
nomeado ministro pelo presidente, entoou no plenário da Câmara dos Deputados um
verso zombando da oposição. A cantoria, protestou Benito, poderia sugerir que
ele estivesse a favor de Temer: "Não tô apoiando porra nenhuma"
Kiko Zambianchi
De apelido Kiko, o empresário Francisco de
Assis Neto, apontado como operador do esquema de corrupção do ex-governador
Sérgio Cabral (MDB-RJ), aparecia nas planilhas de distribuição de dinheiro como
"Zambi". Era uma referência ao músico, que fez ressoar sua raiva com
a inspiração do xará. "É uma sacanagem, uma canalhice", disse o cantor,
que avalia até entrar com uma ação na Justiça contra o outro Francisco, preso
em uma operação derivada da Lava Jato
Celso Kamura
O cabeleireiro já era conhecido por passar
suas tesouras nos fios de políticos, mas foi por causa da cliente mais famosa,
Dilma Rousseff (PT), que caiu nas navalhas da Lava Jato. Em sua delação, Mônica
Moura, mulher do publicitário João Santana, revelou ter pago com dinheiro de
caixa dois R$ 50 mil em serviços de Kamura para Dilma. A ex-presidente disse
que é mentira; o cabeleireiro afirmou que recebia pessoalmente da petista e
emitia notas fiscais, "devidamente declaradas"
Vampeta
Saem os gritos da torcida, entram as citações do delator.
O operador Lucio Funaro disse que comprou do ex-jogador um flat em São Paulo
para a enteada de Eduardo Cunha (MDB-RJ) morar. Já o ex-deputado afirmou que
Funaro deu um cheque só para garantir o negócio, mas não fechou a aquisição
–feita depois legalmente, segundo Cunha. "Queria ser amigo desses caras,
pra eles colocarem R$ 51 milhões na minha conta", disse Vampeta,
referindo-se ao bunker de Geddel Vieira Lima (MDB-BA)
Yahoo
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