Em entrevista à TV
portuguesa RTP, nesse final de semana, Lula disse que o julgamento, pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), do maior escândalo do governo do PT – que
estourou em 2005, ano em que Lula era presidente da República – foi 80%
político e somente 20% jurídico.
“Como brasileiro, eu
fiquei extasiado. Se isso tivesse acontecido na Venezuela, em que quase a
maioria da Suprema Corte foi indicada e, de forma impositiva, o governo a
controla? Mas aqui no Brasil? Foi uma ofensa ao nosso regime democrático”,
destacou Agripino.
O parlamentar fisou
ainda que o STF é composto por onze ministros, sendo que atualmente seis foram
indicados pelo governo do PT. Para Agripino, ao questionar a postura da Suprema
Corte, Lula praticou uma ofensa ao regime democrático.
“Todos eles [ministros]
são pessoas decentes, dignas e que, na minha opinião, não agradecem a indicação
com o uso da toga. Pelo contrário, agradecem fazendo a correta indicação da
Constituição e praticando a justiça em torno do bom direito”, afirmou José
Agripino. “O ex-presidente Lula comete uma indignidade com a democracia
brasileira”, acrescentou.
Agripino lembrou que a
primeira declaração do ex-presidente sobre o mensalão, em junho de 2005, foi a
dizer que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, o que era feito
sistematicamente em todo Brasil, ou seja, uma defesa ao crime do caixa dois.
Dois meses depois, em agosto de 2005, Lula se disse traído por práticas
inaceitáveis das quais nunca teve conhecimento e se dizia indignado com as
declarações sobre o mensalão.
Em janeiro de 2006, o
ex-presidente da República afirmou se sentir traído, esfaqueado pelas costas,
com o estouro do escândalo. Depois disso, durante oito anos, o ex-chefe do
Executivo permaneceu em silêncio sobre o maior escândalo de corrupção de seu
governo. Agora, em abril de 2014, Lula contou, em entrevista a blogueiros, que
a história do mensalão terá que ser recontada e que iria ajudar a fazer isso.
Durante a entrevista à
TV Portuguesa, nesse domingo, o ex-presidente disse que petistas presos pelo
crime do mensalão, como José Genoino (ex-presiente do PT), Delúbio Soares
(ex-tesoureiro do PT), José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil e braço direito
de Lula), não eram pessoas da confiança dele. “Não dá para entender. A não ser
que a gente construa o raciocínio lógico de que o governo do PT está passando
não somente por uma gravíssima crise no modelo de gestão como também no modelo
político”, ressaltou Agripino.
Fonte:Assessoria do senador Agripino
Nenhum comentário:
Postar um comentário