Os deputados federais Luiz Argôlo (SDD-BA) e Mário Negromonte (PP-BA)
foram apontados pela revista Veja como participantes de um esquema de “pedágio”
para negócios com a Petrobras. De acordo com a publicação, documentos
apreendidos com o doleiro Alberto Youssef – preso há três semanas na Operação
Lava Jato, da Polícia Federal – mostrariam depósitos para assessores de
“deputados menos expressivos” como Argôlo, que deixou recentemente o PP. Trocas
de mensagens entre Youssef e alguém identificado como “LA” – que os
investigadores suspeitam ser o próprio parlamentar – confirmariam a
transferência de 120 (supostamente R$ 120 mil) para a conta de um dos seus
funcionários. O “LA” chegaria a cobrar pelo valor. "Me dá notícia o que vc
tem pra depositar hj. Tenho vários compromissos", diria em uma das
conversas, segundo a Veja. Na relação de beneficiários do esquema, estariam
ainda parentes do ex-ministro das Cidades, como Adarico Negromonte, irmão do
deputado Mário Negromonte. O parlamentar, contudo, afirmou que só viu o doleiro
“uma vez na vida”. A origem do dinheiro seria um “pedágio” cobrado a
empresários que quisessem vender produtos ou prestar serviços à Petrobras. Os
interessados deveriam pagar “comissões” que facilitavam o acesso ao cadastro de
fornecedores da estatal. O ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa – também
preso na operação da PF – decidia quando, como e de quem comprar suprimentos,
máquinas e serviços, enquanto o doleiro definia quem poderia vender. A firma de
fachada MO Consultoria, que pertence a Youssef, teria permitido a lavagem de
dinheiro. Uma das companhias que mais contrataram a firma foi a Sanko-Sider,
fornecedora de tubos de aço, que repassou R$ 24 milhões para a MO. A
Sanko confirma: "Nunca foi algo explícito, não posso dizer que fomos
achacados, mas era fortemente recomendado contratar essa empresa", disse
Henrique Ferreira, diretor da empresa. "A gente não faz ideia de para onde
esse dinheiro ia", completou. De acordo com a publicação da Veja, a
investigação da polícia aponta como quase certo que os receptores dos valores
eram políticos e partidos.
Fonte: BN
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