Terra natal de Anísio Teixeira, o
maior educador brasileiro, a Bahia não tem sido um terreno fértil à educação de
qualidade. Muito pelo contrário. Nos últimos anos petistas o que se observa é a
queda da avaliação baiana no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb). No campo educacional, estamos iguais à dupla Ba-Vi no Campeonato
Brasileiro de Futebol, ocupando as últimas colocações. Lamentável.
Se no futebol a recuperação pode se
dar de forma bem rápida, com os nossos times ainda este ano podendo evitar o
rebaixamento, a educação exige um processo bem mais demorado até porque existem
entraves de ordem ideológica que emperram a evolução de nosso ensino público.
Afinal, nenhum pensador exerce tanta influência no PT como o italiano Antônio
Gramsci.
Influenciados pelo pensamento do
filósofo Nicolau Maquiavel, os ensinamentos de Gramsci, a partir da década de
1960, foram paulatinamente colocados em prática no Brasil. Entre as propostas
gramscianas, estavam mudanças de valores travestidas de senso comum e de um
historicismo absoluto com o objetivo de criar iluminados e reais condutores da
história. Essa ideologia atingiu diversos setores que difundem a informação,
porém, um merece destaque, a educação.
Como Gramsci estava mais interessado
na reformulação da educação básica do que na persuasão racional, não é de
espantar que o maior estrago do PT tenha acontecido exatamente nesse setor.
Nossa educação básica, fundamental e superior tem virado uma grande formação de
militância esquerdista. O filósofo francês Pascal Bernardin explicou esse
fenômeno no mundo ocidental, que tem n Brasil o país onde ele foi mais
difundido. O nome da sua obra, não poderia ser mais sugestiva: “O Maquiavel
pedagogo”.
Não é a toa que hoje ocupamos os
últimos lugares nos rankings de qualidade de educação. No mês passado a OCDE
(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) colocou o Brasil em
35° lugar em qualidade na educação em um ranking de 36 países. O Brasil ficou à
frente apenas do México. Assim como a segurança, o problema da educação nos
governos do PT vem de princípios e valores ultrapassados. A abordagem é
ideologizada quando o modo de entendimento deveria ser a gestão eficiente de
desempenhos e metas.
Não há dúvida que faltam recursos e
professores bem remunerados à nossa educação. Temos escolas precárias, carentes
de materiais básicos e sem instrumentos adequados às necessidades dos novos
tempos. Mas temos outro grande problema que nem sempre é solucionado apenas com
dinheiro: a qualidade no ensino, que só será resolvida com uma nova abordagem.
Há necessidade premente de tratar a
educação de qualidade como um direito das pessoas e não um braço do partido.
Precisamos resgatar o mérito e a qualificação dos nossos profissionais de
ensino. Tratá-los com respeito e, o mais importante, oferecer-lhes remuneração
digna da sua importância. Faz-se necessário resgatar urgentemente o orgulho de
ser professor.
Questionar é preciso. Quando existem
questionamentos o patrulhamento petista logo se encarrega de xingamentos. “A
classe media é fascista”, como disse a ideóloga do PT Marilena Chauí ao lado de
Lula, cujo vídeo pode ser visto no youtube. A arrogância da esquerda tem
histórico. O líder comunista Stalin não me deixa mentir, quando falou: ”As ideias
são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos
inimigos tenham armas. Por que deveríamos permitir que tenham ideias?”.
É preciso exigir qualidade no nosso
ensino. Qualificação em nome da educação de qualidade. O quadro educacional da
Bahia é de fazer o educador Anísio Teixeira se revirar no túmulo. É uma afronta
ao legado dele, que desenvolveu em Salvador a revolucionária experiência da
Escola Parque. Infelizmente a realidade baiana se retrata no último Ideb,
quando quatro das 10 piores escolas brasileiras do ensino público foram
localizadas na Bahia. Assim como na segurança pública, o governo do PT é
campeão no ranking dos piores na educação.
Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde do dia 02/09/14
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