Quando os dois últimos
pacientes internados no Hospital Espanhol forem transferidos para outras
unidades de saúde, Salvador perde de vez 270 leitos hospitalares. A informação
foi confirmada pelo diretor do corpo clínico da unidade, o médico Djean
Sampaio. "A cidade vai perder mais um hospital, são 270 leitos, sendo 60
de UTI adulta e 12 UTI Neo-Natal", disse o diretor.
Ainda segundo Djean, a
reunião marcada para esta quarta-feira, 10, com o Ministério Público é para
definir a situação dos 75 pacientes que fazem hemodialise na instituição.
O presidente do
hospital, Demétrio Garcia, informou por meio de nota que a unidade passava por
uma reestruturação financeira que foi interrompida. Ele enfatizou que é do
total interesse do Hospital Espanhol a continuidade das suas atividades.
(Confira a íntegra da nota abaixo)
O diretor clínico
também confirmou que a paralisação iniciada no dia 15 de agosto, se deu para o bem
dos pacientes, pois se o hospital continuasse a fazer novas internações a
qualidade do atendimento seria prejudicada. "Paramos para garantir a segurança
dos pacientes, se recebêssemos novos pacientes iria faltar insumos e material
para atende-los", falou.
Segundo Djean, o atraso
no salário dos funcionários continua há quase três meses, e para ele a situação
do hospital chegou a esse ponto por falta de dinheiro. "A situação
econômica já era ruim, nesse último mês piorou muito e não sei o que vão fazer
para solucionar esse problema", relatou.
Em nota, a Secretaria
de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) lamenta o fechamento da instituição.
Confira na íntegra a
nota da Sesab:
"Com relação ao
encerramento das atividades do Hospital Espanhol, a Secretaria da Saúde do
Estado da Bahia (Sesab) lamenta o fechamento desta instituição secular,
destacando que fez diversas tentativas no sentido de ajudar esta unidade a sair
da crise financeira que se encontrava, inclusive participando Conselho de
Administração, com o seu representante ocupando a função de conselheiro
executivo. No entanto, o ambiente institucional e administrativo da instituição
impediu que o desfecho, agora presenciado, fosse alterado.
Do ponto de vista
assistencial, cabe informar que a Sesab não tem mais nenhum paciente sob sua
responsabilidade no Hospital Espanhol e que desde o dia 18 de agosto, por
solicitação através de ofício, assinado pelo superintendente do Espanhol,
Cláudio Imperial, orientou a Central Estadual de Regulação a não encaminhar
nenhum paciente para a referida unidade. Vale destacar que os pacientes que
fazem hemodiálise na unidade estão sob responsabilidade da Secretaria Municipal
de Saúde de Salvador e devem ser encaminhados para outras unidades contratadas
pelo município para continuarem seus tratamentos."
Íntegra da nota do
Hospital Espanhol
O Hospital
Espanhol vem a público esclarecer que apresentou projeto de
reestruturação financeira à CEF em novembro de 2012, tendo sido aprovado com
algumas condições em Maio de 2013, quais sejam:
1.Hipoteca em primeiro e único grau do imóvel denominado Centro Médico – atendido de imediato;
2.Criação de um Conselho de Administração com 09 (nove) membros sendo 02 (dois) representantes do Estado, com aprovação por unanimidade – atendido de imediato;
3.Gestão Profissionalizada, que foi indicada pela SESAB a Fundação José Silveira, mediante Termo de Cooperação Técnica – acatado de imediato;
4.Garantia do Estado de contratação de serviços, mediante Termo de Compromisso firmado pelo Secretário de Saúde à época, ratificado pelo atual Secretario, no montante de R$ 4.083.000,00 (quatro milhões e oitenta e três mil reais) mensais – atingindo o valor máximo de R$ 2.000.000,00/mês;
Em 24/05/2013, foi liberada a primeira parcela do Projeto de Reestruturação no valor de 32,6 milhões, com a finalidade de liquidar operações financeiras junto ao BNB; ITAU; CEF; salários atrasados (03 meses), honorários médicos atrasados (1/3) e 1/10 das dividas com fornecedores.
Foi estipulado nesse momento que a terceira, e última parcela, deveria ser contratada no prazo máximo de 120 dias para a liberação de 25 milhões.
Em 24/08/13, foi contratada a segunda parcela da operação junto à Desenbahia, cuja aplicação do recurso, no valor total de 53 milhões, deu-se conforme previsto em projeto, com a devida conferência e autorização prévia do Desenbahia.
Tal parcela teve como destinação a liquidação de empréstimos pretéritos junto ao Bic Banco (8,01 milhões); ITAU (1,8 milhões); médicos (saldo final de 6,4 milhões); tributos (2,7 milhões); folha de pagamento (12,2 milhões) e o saldo restante como capital de giro.
Por fim, cabe ressaltar que, apesar de Hospital Espanhol ter atendido a todas as condicionantes, os então gestores não atenderam às premissas pactuadas com a CEF, especialmente as referentes à redução de despesas e ao incremento do faturamento, fazendo com que a contratação da terceira e última parcela, essencial para a sobrevivência do Hospital, não se efetivasse até a presente data.
Com a saída da Fundação José Silveira, em abril/2014, o representante da SESAB no Conselho de Administração, Dr Andrés Alonso, aprovou por unanimidade o seu pleito de tornar-se Conselheiro Executivo, com dedicação de tempo diária dentro do Hospital para negociação direta junto a médicos, empregados e fornecedores, permanecendo nesta função até o final do mês de agosto do corrente ano.
Diante dos fatos, o Hospital Espanhol buscou a mediação do Ministério Público Estadual, para intermediar uma solução a curto prazo, com a solicitação da presença dos gestores locais de saúde, representantes sindicais e os agentes financeiros partícipes do projeto.
Necessário enfatizar que é do total interesse do Hospital Espanhol a continuidade das suas atividades, bem como o pleno funcionamento dos seus 250 leitos - entre os quais 60 de UTI – para o integral atendimento à sociedade baiana, como vem fazendo ao longo dos seus 129 anos de existência.
1.Hipoteca em primeiro e único grau do imóvel denominado Centro Médico – atendido de imediato;
2.Criação de um Conselho de Administração com 09 (nove) membros sendo 02 (dois) representantes do Estado, com aprovação por unanimidade – atendido de imediato;
3.Gestão Profissionalizada, que foi indicada pela SESAB a Fundação José Silveira, mediante Termo de Cooperação Técnica – acatado de imediato;
4.Garantia do Estado de contratação de serviços, mediante Termo de Compromisso firmado pelo Secretário de Saúde à época, ratificado pelo atual Secretario, no montante de R$ 4.083.000,00 (quatro milhões e oitenta e três mil reais) mensais – atingindo o valor máximo de R$ 2.000.000,00/mês;
Em 24/05/2013, foi liberada a primeira parcela do Projeto de Reestruturação no valor de 32,6 milhões, com a finalidade de liquidar operações financeiras junto ao BNB; ITAU; CEF; salários atrasados (03 meses), honorários médicos atrasados (1/3) e 1/10 das dividas com fornecedores.
Foi estipulado nesse momento que a terceira, e última parcela, deveria ser contratada no prazo máximo de 120 dias para a liberação de 25 milhões.
Em 24/08/13, foi contratada a segunda parcela da operação junto à Desenbahia, cuja aplicação do recurso, no valor total de 53 milhões, deu-se conforme previsto em projeto, com a devida conferência e autorização prévia do Desenbahia.
Tal parcela teve como destinação a liquidação de empréstimos pretéritos junto ao Bic Banco (8,01 milhões); ITAU (1,8 milhões); médicos (saldo final de 6,4 milhões); tributos (2,7 milhões); folha de pagamento (12,2 milhões) e o saldo restante como capital de giro.
Por fim, cabe ressaltar que, apesar de Hospital Espanhol ter atendido a todas as condicionantes, os então gestores não atenderam às premissas pactuadas com a CEF, especialmente as referentes à redução de despesas e ao incremento do faturamento, fazendo com que a contratação da terceira e última parcela, essencial para a sobrevivência do Hospital, não se efetivasse até a presente data.
Com a saída da Fundação José Silveira, em abril/2014, o representante da SESAB no Conselho de Administração, Dr Andrés Alonso, aprovou por unanimidade o seu pleito de tornar-se Conselheiro Executivo, com dedicação de tempo diária dentro do Hospital para negociação direta junto a médicos, empregados e fornecedores, permanecendo nesta função até o final do mês de agosto do corrente ano.
Diante dos fatos, o Hospital Espanhol buscou a mediação do Ministério Público Estadual, para intermediar uma solução a curto prazo, com a solicitação da presença dos gestores locais de saúde, representantes sindicais e os agentes financeiros partícipes do projeto.
Necessário enfatizar que é do total interesse do Hospital Espanhol a continuidade das suas atividades, bem como o pleno funcionamento dos seus 250 leitos - entre os quais 60 de UTI – para o integral atendimento à sociedade baiana, como vem fazendo ao longo dos seus 129 anos de existência.
Fonte: Atarde Online
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