A Polícia Federal tenta
há sete meses um acordo para ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
como testemunha no inquérito que investiga supostos repasses ilegais da
Portugal Telecom para o PT.
A investigação foi
aberta a pedido do Ministério Público Federal com base em denúncia do operador
do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, que, em depoimento prestado à
Procuradoria-Geral da República em 2012, conforme revelou o Estado na época,
acusou Lula de intermediar pagamento de R$ 7 milhões da telefônica ao partido.
O objetivo seria pagar dívidas de campanha.
Fontes ouvidas pela
reportagem informaram que o advogado do ex-presidente Lula, Marcio Thomaz
Bastos, afirmou à cúpula da PF que o petista estará em Brasília amanhã e
tentará marcar uma data para prestar esclarecimentos.
Ele participará de um
evento da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na Polícia
Federal, a alegação, contudo, é que os acertos para que o depoimento ocorra,
sempre informais, não foram adiante.
A PF espera ouvir o
ex-presidente para concluir o inquérito, cujo prazo inicial foi estendido
algumas vezes.
A reportagem tentou
nesta terça-feira vários contatos com Thomaz Bastos, mas ele não respondeu aos
recados deixados no celular e no seu escritório. A assessoria de imprensa do
ex-presidente Lula informou que o petista "não vai se pronunciar sobre o
assunto".
A Polícia Federal
informou que não se pronunciaria a respeito. O inquérito foi instaurado em
abril de 2013.
Palocci
Em fevereiro, o
ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesse mesmo inquérito na
Superintendência da PF na capital federal.
Segundo Marcos Valério
afirmou no depoimento, Lula e Palocci reuniram-se com Miguel Horta - então
presidente da Portugal Telecom - no Palácio do Planalto e combinaram que uma
fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões
para o PT. O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários
que prestaram serviços para campanhas petistas. Na época, Palocci era ministro
da Fazenda de Lula. O ex-ministro negou as acusações.
As negociações com a
Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por
Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson
Palmieri.
De acordo com o
presidente do PTB, Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão, José
Dirceu havia incumbido Marcos Valério de ir a Portugal para negociar a doação
de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB.
Condenação
Essa missão e os
depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento
de José Dirceu no mensalão.
O depoimento de Marcos
Valério foi prestado quando ele já havia sido condenado no julgamento do
mensalão a 37 anos, 10 meses e 6 dias de prisão pelos crimes de corrupção,
peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A Justiça considerou
Valério o chefe do núcleo operacional do esquema que beneficiou o PT. A partir
do depoimento, a Procuradoria da República determinou a abertura de seis
investigações, ainda em andamento.
Fonte: MSN, sertao mania.
Nenhum comentário:
Postar um comentário