Pesquisa realizada na
Câmara entre 24 e 26 de março deste ano mostra que 61% dos deputados federais
avaliam como ruim ou péssima a relação entre Executivo e Legislativo. Os dados
mostram um aumento de 11 pontos porcentuais nesse índice na comparação com
fevereiro. O levantamento, feito pela consultoria política Arko Advice,
ouviu 102 deputados federais de 22 partidos, distribuídos conforme a
representatividade de cada bancada. Segundo o analista sênior da consultoria,
Cristiano Noronha, quatro fatores influenciaram as respostas dos deputados na
pesquisa de março: as manifestações ocorridas no dia 15 do mês passado, a queda
maior na popularidade da presidente Dilma, o atraso na reforma ministerial e a
dificuldade de reação do governo. "Nesse período, a popularidade da
presidente caiu mais ainda, conforme mostraram os institutos de pesquisa",
disse Noronha, um dos responsáveis pelo levantamento. "Além disso, tivemos
manifestações onde milhões de pessoas foram às ruas. Ao mesmo tempo, o diálogo
do governo com o Congresso não apresentou melhora." Entre uma e outra
pesquisa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo
Tribunal Federal a lista de políticos suspeitos de envolvimento com o escândalo
de corrupção na Petrobrás. Na lista constam 35 parlamentares. A
desaprovação à maneira de a presidente governar também aumentou entre os
deputados: passou de 64% em fevereiro para 66% em março. Além disso, a nota
média dada ao governo pelos deputados caiu de 3,8 para 3,6. Na opinião de
Noronha, uma das principais mensagens sobre a conjuntura política e econômica
que o resultado da pesquisa de março aponta é que o quadro não deve ter melhora
significativa nos próximos meses. Segundo ele, quando a maioria dos deputados diz
que o relacionamento entre Executivo e Legislativo deve continuar ruim ou
manter-se como está, isso significa que o Congresso não acredita que uma
mudança ministerial alterará esse quadro. "Ou porque a reforma ministerial
será limitada ou porque a representação partidária continuará mais ou menos a
mesma que temos hoje", disse o analista. Ainda segundo a pesquisa
feita em março, 50% dos entrevistados avaliam a política econômica do governo
Dilma como ruim ou péssima. No levantamento de fevereiro, esse número era de
49%. A avaliação ruim da política econômica caiu de 29% para 25%, mas a péssima
subiu de 20% para 25%.
Com informaçoes do BN/Estadao.
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