domingo, junho 14, 2015

JORGE DE ALTINHO DEFENDE CONTINUIDADE DO FORRÓ TRADICIONAL NAS FESTAS JUNINAS.


"O equilíbrio do forró somos nós do pé de serra". A frase de Jorge de Altinho dita ao G1 de certa forma explica o porquê de o pernambucano ser o escolhido como homenageado da 14ª edição do São João da Capitá, que teve fim na manhã deste domingo (14), em Olinda. As homenagens direcionadas ao palco da Sala de Reboco, onde quem manda é o tradicional forró de raiz, são a forma de dar importância ao ritmo original que simboliza toda a festividade junina no Nordeste.
O olindense Jorge de Altinho foi o reverenciado deste ano e ganhou uma estátua no hall do festival, que tem nomes como Nando Cordel e Domiguinhos. Antes de subir ao palco como a penúltima atração da Sala de Reboco, o cantor ainda ressaltava a importância do reconhecimento. "Acredito que nós que trilhamos o caminho de Luiz Gonzaga precisamos nos sentir valorizados para continuar o trabalho. E eu sempre digo, se fosse pra receber homenagem, que eu estivesse vivo para participar. Estando morto, nem queria", brincou.
Mas para o forrozeiro, as gerações atuais também são importantes. "O novo é inevitável e também serve para a renovação, mas se você olhar a programação do São João pelo interior do Nordeste, sempre tem novos artistas. Entretanto, é o tradicional domina", contou. No show de Jorge de Altinho, o quase hino "Anjo querubim" foi a música mais ovacionada.
E com o forró tradicional ininterrupto, muita gente não tirou o pé da Sala de Reboco. Além de Jorge de Altinho, se apresentaram nomes como Amazam e Nando Cordel, que também conversou com o G1. "O melhor da época junina é que é muita paz. Você não vê nenhuma briga, porque todo mundo só quer dançar coladinho. Por isso é minha festa favorita", disse o pernambucano. No repertório da cantor e compositor, músicas suas que ficaram imortalizadas com artistas como Dominguinhos e Elba Ramalho, como "De volta pro aconchego" e "Gostoso demais".
Lucrécia e Manassés não trocam o espaço Sala de Reboco por palco externo nenhum (Foto: Vitor Tavares / G1)Lucrécia e Manassés não trocam o espaço Sala de Reboco por palco externo nenhum (Foto: Vitor Tavares / G1)

Forrozeiros
Muita gente que passou pelos dois dias do São João da Capitá nem sequer ligou para as grandes atrações do palco externo. Lucrécia de Souza e Manassés Honório saíram do interior de Pernambuco, de Vitória de Santo Antão, para viver na capital o próprio clima da região onde moram. "O diferencial aqui é que tem gente de todos os estilos, circulando por vários espaços. Mas eu mesmo não troco essa área tradicional por nada", contou Lucrécia.
E no espaço, o importante realmente é o forró no pé. Os amigos Alex Nogueira e Alexandra Silva ficavam na frente de todos que passavam no palco da Sala de Reboco, fazendo só um rodízio de pares com outros colegas. "Aqui vamos até de manhã rodando pra lá e pra cá. Tem coisa melhor, não. Se cansou, passa pro outro", falou Alexandra, já chamando um novo par para seguir na dança, que deve continuar por todo o mês de junho.

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