Ontem, 20 de Julho de
2015, completou oito anos do óbito de Antônio Carlos Peixoto de Magalhães.
Considerado o maior líder político da história moderna da Bahia, o famoso ACM
deixou uma enorme lacuna no cenário político baiano e brasileiro desde a sua
despedida, no ano de 2007.
Marcada pela dedicação
às questões da Bahia, a história do finado senador permanece enraizada no
coração da população baiana. A vida de Antônio Carlos Magalhães é marcada pela
atuação em vários cargos públicos. De deputado estadual até senador, prefeito
de Salvador, governador por três mandatos, presidente da Eletrobrás, Ministro
das Comunicações e até Presidente da República interino. O político manteve, ao
longo de toda a sua carreira, a coerência política.
Durante o seu mandato à
frente do paço municipal, recebeu o título de prefeito do século como uma forma
de reconhecimento ao grande trabalho realizado em tão pouco tempo. Um plano de
mobilidade nunca antes visto foi implementado por ACM na cidade, mediante a
construção de uma série de avenidas de vale (A exemplo das Avenidas Luiz Viana
Filho, esta popularmente conhecida como Paralela, a Av. Anita Garibaldi e a Av.
Cardeal da Silva) e pelo aprimoramento das vias urbanas já existentes, além da
ampliação dos investimentos no turismo, principalmente na grande revitalização
do Pelourinho, e no paisagismo local. O lema de sua administração, esta que
tinha como foco a modernização e o resguardo da identidade e da história
soteropolitana, dizia: “Aqui se constrói o futuro, sem destruir o passado.”
Seus anos como
governador foram marcados por realizações ainda maiores e mais abrangentes, a
exemplo do processo acelerado de industrialização do estado, principalmente com
a instalação, no município de Camaçari, de uma infinidade de indústrias e
empresas no Polo Petroquímico. A agropecuária baiana foi tratada como
prioridade, diante da importância da mesma na economia do território baiano.
Investimentos portuários, a exemplo da atracação de Aratu, é uma amostra de
como o então chefe do executivo baiano tratava como prioridade o
desenvolvimento de sua terra.
Comprometido com a
responsabilidade governamental, ACM autorizou a construção do Centro
Administrativo da Bahia, local onde reuniria todas as instituições e poderes
públicos. A saúde foi descentralizada, com a construção de centros
especializados em todo o estado, além da inauguração de hospitais e
maternidades nos quatro cantos da Bahia. A educação foi completamente ampliada,
com a criação e execução de obras que levaram ao surgimento de novos colégios,
creches infantis e universidades. Água e energia foram levadas para os grilhões
baianos, irrigando e iluminando a quem nunca obteve acesso as mesmas. Com
vistas a sanar o problema da fome, ACM criou a cesta do povo, esta que
funcionaria como mercado para prover os itens necessários à vida humana a um
preço mais em conta.
Em âmbito legislativo,
sua atuação era intensa. Destemido e competente, o senador Antônio Carlos era
um defensor ferrenho dos interesses e causas da Bahia. Reconhecido pelos pares
e colegas como um dos mais brilhantes membros do Congresso Nacional, o baiano
tinha um bom trânsito na capital da República, a ponto de conseguir trazer a
fábrica da empresa de automóveis americana Ford, que estava no Rio Grande do
Sul, para o território baiano, gerando emprego e renda para milhares de
pessoas. Como legislador, seu principal projeto foi a criação do Fundo de
Combate à Pobreza, este que serviu de base para uma série de projetos sociais,
a exemplo do Bolsa Escola, do Bolsa Família e do Vale Gás. ACM foi, por dois
mandatos, Presidente do Senado Federal, condição esta que o ajudou na promoção
de projetos que visavam à valorização do salário mínimo.
São estes e tantos
outros motivos que nos fazem lembrar do maior político que a Bahia já possuiu.
Em tempos em que a política semeia descrença na cabeça da população, resta-nos
rememorar aqueles que, por muito tempo, derramaram o sangue corajoso em prol de
solucionar as problemáticas de nosso país e, obviamente, das volições da
querida e amada terra baiana.
Vinte de julho. Ah,
ACM, que saudade!
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