Isso só confirma que quem manda no Brasil é o crime. Essa da reportagem é uma milicia, quantas não existe no Brasil? Políticos ligados a milicia estando dentro da politica com mandato, sem duvidas induziram aos demais políticos a não mexerem no código penal, e nossos políticos não gostam de uma "ajudinha" em? Para ficarem calados. os bandidos tem controle de tudo no Brasil sabem de tudo.
A milícia do Rio
pretende mudar de estratégia política nas eleições deste ano para tentar eleger
um candidato no pleito municipal. O quarto capítulo da série sobre milícias do
G1 mostra que, segundo informações do Ministério Público, como a tática
utilizada nas eleições de 2014 não deu certo, quando foram lançadas as
candidaturas de muitos representantes e nenhum conseguiu se eleger, o objetivo
em 2016 é apostar em poucos nomes para tentar chegar à Câmara Municipal.
“Aconteceu um erro
estratégico na última eleição. Um candidato que eles apostavam muito tentou uma
vaga como deputado federal, se tivesse se candidatado a estadual teria entrado.
Houve um erro de abrir muito o número de candidatos. Foram com muita sede ao
pote. Pelo que temos ouvido aqui, na próxima eleição municipal, eles vão apoiar
um ou dois candidatos específicos, focar em um número menor de candidatos, numa
área específica e determinada, para que realmente sejam eleitos”, alertou o
promotor Antônio Luiz Ayres, que atua na região de Santa Cruz, na Zona Oeste da
cidade, considerada o grande reduto da milícia.
Nas eleições de 2014, o
G1 mostrou duas candidaturas que despertaram desconfiança de autoridades sobre
a possibilidade de aliança com as milícias: a da mulher de Leandro Paixão
Viegas, o Leandrinho Quebra Ossos, preso desde 2008 por formação de quadrilha e
pos suspeita de integrar a Liga da Justiça, e a de Vera Lúcia Marques
Serqueira, presidente da CooperOuro, cooperativa de transporte alternativo da
Zona Oeste que é citada na CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj). Cristiane foi candidata deputada federal pelo Partido da
República (PR) e Vera foi candidata ao cargo de deputada estadual pelo Partido
Progressista (PP).
Segundo o Ministério
Público, a infiltração da milícia no âmbito político é extremamente perigosa.
“A atuação deles é parecida com a da máfia. Num determinado momento, a máfia
italiana começou a ter um projeto de poder político e se infiltrou no poder
italiano. E aqui existe esse projeto de poder. Eles sempre apoiaram muitos
candidatos, muitos candidatos foram eleitos com o apoio da milícia. Inclusive,
hoje há vereadores que estão lá com o voto da milícia, há deputados que estão
lá com o voto da milícia", lamentou o promotor, ressaltando que,
infelizmente, há pessoas no sistema judiciário que também são simpáticas à
atuação da milícia.
Para evitar esse tipo
de infiltração que, segundo o promotor Marcus Vinícius Leite, é um “barril de
pólvora”, os promotores trocam informações constantemente durante o período
eleitoral. “O malefício que eles causam quando conseguem se alçar ao poder
político é muito grande. Por isso, estamos sempre com o ‘radar ligado’. Quando
saem as listas de candidatos nós, Ministério Público, nos reunimos, mesmo que
virtualmente, para avisar aos colegas que estão no eleitoral para trocar
informações para traçar a melhor estratégia e evitar que eles sejam eleitos”,
destacou Leite.
Entre os anos de 2007 e
2008, o ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, o Natalino, e o
ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, foram presos por chefiarem
uma das maiores milícias do estado. Em 2009, ambos foram condenados pela
Justiça pelo crime de formação de quadrilha armada.
Ex-políticos estariam
implantando milícia no MS
Há mais de 7 anos no
presídio federal de Campo Grande (MS), Natalino e Jerominho não devem voltar
para o Rio de Janeiro após saírem da prisão. “Eles sabem que se eles voltarem
para cá, o risco de serem mortos é muito grande. Já tive informações que eles estão
implantando um sistema de milícia mais ou menos parecido em Campo Grande. Lá do
presídio de Mato Grosso do Sul, numa cidade próxima, eles já estariam
comandando e recrutando policiais para tomar conta e fazer a ‘segurança’ da
região. Eles sabem que a situação hoje não é mais a que deixaram aqui”, afirmou
Ayres.
O G1 entrou em contato
com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que informou que não tem
acesso ao andamento processual dos pedidos de transferência de detentos. Por
meio de nota, a Secretaria da 5ª Vara de Campo Grande informou que o assunto é
sigiloso. "Tendo em conta o caráter sensível da informação para a
segurança pública e a própria segurança interna do sistema penitenciário
federal, indefiro o pedido de informações a respeito da transferência dos
aludidos detentos", ressaltou o juiz João Felipe Menezes Lopes.
O G1 ainda tentou
contato com os advogados de defesa do ex-deputado Natalino, mas Paulo Cezar
Barata não faz mais parte da defesa do detento e os outros quatro advogados não
atenderam a ligação.
"No presídio
federal onde estão Jerominho e Natalino houve um procedimento para que eles
voltassem para o Rio de Janeiro, pois estão cumprindo pena há muito tempo.
Nesses procedimentos nos presídios federais, a defesa é intimida para dizer se
concorda ou não. A Defesa de ambos não se manifestou", destacou Ayres.
O ex-deputado Natalino
foi preso em flagrante na própria casa, em Campo Grande, Zona Oeste, em 2008,
após troca de tiros entre a polícia e uma das principais milícias que atuam na
região. Na época, Natalino chegou a alegar inocência e disse que sofria
"perseguição política". No final de 2007, o irmão dele, o ex-vereador
Jerominho, já tinha sido preso por suspeita de integrar a mesma milícia.
Ex-policial civil,
Natalino foi condenado, em 2010, pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio, pelo crime de formação de quadrilha armada. A mesma decisão
também condenou o ex-vereador, o filho de Jerominho, Luciano Guinâncio
Guimarães, Fábio Pereira de Oliveira, Ricardo Teixeira Cruz, conhecido como
Batman e outros cinco criminosos.
Oito parlamentares
presos desde 2007
Segundo um levantamento
da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Seseg), oito
parlamentares foram presos desde 2007, sendo um deputado estadual e sete
vereadores, por envolvimento com a milícia. Em 2015, de acordo com levantamento
da Subsecretaria de Inteligência, 122 pessoas foram presas por envolvimento com
a milícia. Desde 2007, 1066 pessoas entre civis, servidores públicos ativos e
inativos, além de políticos foram presos por atividades paramilitares.
Entre os presos, a
grande maioria, 724 pessoas eram civis. Entre os servidores públicos, foram 219
policiais militares, 23 policiais civis, 12 bombeiros militares, nove
integrantes das Forças Armadas, um agente da Guarda Municipal e um policial
federal.
“Mesmo que a milícia
tente novas formas de atuação para burlar legislação ou o radar das
instituições de segurança, o combate a estes criminosos não terá trégua.
Estamos atacando tanto a gênese desta atividade criminosa como as quadrilhas já
estabelecidas, em qualquer região do estado”, afirmou o delegado titular da
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Alexandre
Herdy.
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