quarta-feira, fevereiro 17, 2016

REGISTROS DE DOAÇÕES AO PT QUE OCULTARAM PROPINA SÃO PROVAS ENTREGUES POR MORO


Nos documentos enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo juiz federal Sérgio Moro – que conduz os processos em primeira instância da Operação Lava Jato – estão notas fiscais, registros de transferências bancárias e recibos eleitorais de doações feitas ao PT oficialmente, no total de R$ 4,3 milhões. Os repasses serviram para ocultar “propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobrás”, sentenciou o magistrado – um total de 27 doações feitas entre outubro de 2008 e março de 2012. “O fato comprovado revela um aspecto perverso do esquema criminoso que afetou a Petrobrás, a utilização de dinheiro de propina para financiar atividades político-partidárias, com afetação do processo político democrático”, registra Moro na sentença – entregue ao TSE – do processo envolvendo executivos da empreiteira Mendes Júnior e Setal Óleo e Gás (SOG). Com base nessa condenação, de setembro de 2015, o juiz da Lava Jato informou ao TSE, em ofício, que “reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobrás para doações eleitorais registradas”. O tribunal tem quatro procedimentos abertos, a pedido do PSDB, que pedem a cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, reeleita em 2014. As ações do TSE têm como alvo a campanha presidencial de 2014 – data não alcançada pelos documentos que embasaram a sentença do juiz federal. No ofício encaminhado ao tribunal, Moro sugeriu que os delatores fossem ouvidos e destacou que as investigações ainda estão em andamento. Os documentos que serviram de base para a sentença em que Moro aponta ter encontrado prova de uso de doações para ocultar propinas da Petrobrás foram entregues, em maioria, pelo dono da SOG, Augusto Ribeiro Mendonça, no acordo delação premiada fechado com a força-tarefa da Lava Jato, em 2014.


Estadão

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