O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pego nesta sexta-feira, 4, na
Operação Aletheia – nova fase da Lava Jato – disse que se sentiu ultrajado. Ele
foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor em uma sala no
Aeroporto de Congonhas. A PF e a Procuradoria da República investigam Lula por
suspeita de ter recebido presentes milionários de empreiteiras que formaram
cartel na Petrobrás entre 2004 e 2014. O depoimento do petista se prolongou por
mais de três horas.
“Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento
cortês do delegado da polícia federal.”
Lula mandou um recado.”Se quiseram matar a jararaca, não bateram na
cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve.”
O ponto central da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, é o
patrimônio supostamente oculto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
força-tarefa da Procuradoria da República revela que o petista, ainda no
exercício da Presidência, em 2010, adquiriu dois sítios no município de
Atibaia, interior de São Paulo, ‘mediante interpostas pessoas’, pelo valor de
R$ 1.539.200.
Os investigadores apontam ‘fortes indícios’ de
que, entre 2010 e 2014, Lula recebeu pelo menos R$ 770 mil ‘sem justificativa
econômica lícita’ do pecuarista e amigo dele José Carlos Bumlai – preso desde
24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento crucial da Lava Jato que
apontou para o suposto envolvimento do ex-presidente no esquema de corrupção
instalado na Petrobrás.
Estadão
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