sexta-feira, março 04, 2016

LÍDER DO PT QUESTIONA DELAÇÃO DE DELCÍDIO, MAS ADMITE IMPACTO POLÍTICO

ARTE - Acusações de Delcídio do Amaral a Dilma e Lula e Outro Lado (Foto: Arte/G1)

O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), questionou nesta quinta-feira (3) a legitimidade da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), mas reconheceu que poderá ter impacto político nas votações da Casa.

Ex-líder do governo Dilma Rousseff, Delcídio firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um acordo de delação premiada em troca de possível redução de pena, no qual fez acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à própria presidente Dilma Rousseff, conforme revelou edição da revista "IstoÉ" que circula nesta quinta-feira (3). A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.

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Questionado se esse efeito político poderia contaminar as votações de matérias de interesse do PT e do governo na Câmara, Afonso Florence respondeu: “Pior que isso, pode atrapalhar os interesses do país. É óbvio que tem efeito político aqui”. E continuou para os repórteres: “Eu vim aqui para falar sobre duas importantes medidas provisórias, uma delas parte do ajuste fiscal, e todas as perguntas até agora foram sobre uma barrigada. Até agora, uma barrigada”, disse, referindo-se ao termo usado no jargão jornalístico para falar de uma reportagem com erros.

O líder petista afirma que o partido pretende conduzir os trabalhos com “serenidade” para conseguir votar temas polêmicos, como a recriação da CPMF, uma das principais apostas do Palácio do Planalto para conseguir fechar as contas deste ano.

“Da parte do PT, vamos conduzir a disputa política com serenidade para preservar a democracia e preservar os interesses do país. Precisamos votar a DRU, precisamos votar as contas da presidente, a CPMF, a PEC 1, precisamos votar”, disse.

Tramita na Câmara uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a permissão para que a União utilize livremente parte dos recursos do Orçamento, a chamada Desvinculação de Receitas da União (DRU). Já a PEC 1, também chamada de PEC da Saúde, aumenta o investimento mínimo obrigatório do governo em saúde nos próximos seis anos.


Sobre o apoio do PT à recriação da CPMF, que enfrenta resistência de alas do partido, Florence disse que não havia necessidade de o partido fechar posição, quando os integrantes têm que seguir a orientação da legenda. “O PT não fechou posição porque não precisa. A CPMF é um imposto para rico”, disse.

G1

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