O líder do PT na
Câmara, deputado Afonso Florence (BA), questionou nesta quinta-feira (3) a
legitimidade da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), mas
reconheceu que poderá ter impacto político nas votações da Casa.
Ex-líder do governo
Dilma Rousseff, Delcídio firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um
acordo de delação premiada em troca de possível redução de pena, no qual fez
acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à própria presidente
Dilma Rousseff, conforme revelou edição da revista "IstoÉ" que
circula nesta quinta-feira (3). A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado,
mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de
questionamento e ainda está sendo ajustado.
ARTE -
Questionado se esse
efeito político poderia contaminar as votações de matérias de interesse do PT e
do governo na Câmara, Afonso Florence respondeu: “Pior que isso, pode
atrapalhar os interesses do país. É óbvio que tem efeito político aqui”. E
continuou para os repórteres: “Eu vim aqui para falar sobre duas importantes
medidas provisórias, uma delas parte do ajuste fiscal, e todas as perguntas até
agora foram sobre uma barrigada. Até agora, uma barrigada”, disse, referindo-se
ao termo usado no jargão jornalístico para falar de uma reportagem com erros.
O líder petista afirma
que o partido pretende conduzir os trabalhos com “serenidade” para conseguir
votar temas polêmicos, como a recriação da CPMF, uma das principais apostas do
Palácio do Planalto para conseguir fechar as contas deste ano.
“Da parte do PT, vamos
conduzir a disputa política com serenidade para preservar a democracia e
preservar os interesses do país. Precisamos votar a DRU, precisamos votar as
contas da presidente, a CPMF, a PEC 1, precisamos votar”, disse.
Tramita na Câmara uma
proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a permissão para que a
União utilize livremente parte dos recursos do Orçamento, a chamada
Desvinculação de Receitas da União (DRU). Já a PEC 1, também chamada de PEC da
Saúde, aumenta o investimento mínimo obrigatório do governo em saúde nos
próximos seis anos.
Sobre o apoio do PT à
recriação da CPMF, que enfrenta resistência de alas do partido, Florence disse
que não havia necessidade de o partido fechar posição, quando os integrantes
têm que seguir a orientação da legenda. “O PT não fechou posição porque não
precisa. A CPMF é um imposto para rico”, disse.
G1
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