Mãe e filha foram
presas na manhã desta quinta-feira (3) em Aripuanã, por não terem limpado o
quintal de casa para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue,
febre chikungunya e vírus da zika. No local, havia uma caixa d’água com buraco
na tampa, recipientes que acumulam água e uma fossa aberta.
As prisões preventivas
foram decretadas a pedido do Ministério Público do Estado e não têm prazo
determinado para terminar.
A prisão preventiva é
considerada medida cautelar para evitar que o réu cometa novos crimes ou que,
caso fique em liberdade, fuja ou atrapalhe a coleta de provas. A Justiça também
aceitou denúncia contra as duas, que vão responder pelo crime de epidemia,
relacionado à saúde pública.
O município onde elas
moram tem pouco mais de 20,6 mil habitantes e, em fevereiro deste ano, a
prefeitura de Aripuanã decretou situação de emergência por causa da epidemia de
dengue e em função da introdução dos vírus que causam zika e a febre
chikungunya.
Segundo dados da
Vigilância Epidemiológica da cidade, em 2016 foram notificados 397 casos
suspeitos de dengue, sendo 36 confirmados, e 60 casos suspeitos de vírus da
zika.
De acordo com a
denúncia do MPE, no dia 8 de outubro de 2015 agentes das vigilâncias Sanitária
e Ambiental do município foram até a casa das acusadas, no bairro Cidade Alta,
para fazer uma fiscalização. Lá, encontraram diversos focos do mosquito no
quintal, o que provocou notificação e multa.
Depois de ter sido
multada e notificada, a mãe agrediu as agentes com palavrões, e vai responder
também na Justiça por esse crime. Após o
episódio, a filha dela chegou a ir à
sede da Promotoria de Justiça do município, disse estar ciente do problema e se
comprometeu a tomar as medidas necessárias para combater o mosquito, o que não
aconteceu.
A Justiça da Comarca de
Aripuanã entendeu que as prisões das duas eram necessárias por causa da
gravidade da epidemia na cidade e pela insistência das duas acusadas em não
tomarem providências em relação ao terreno.
As acusadas foram
presas e deverão ser levadas para a cadeia pública de Aripuanã, já que o
município não tem presídio feminino, informou o delegado Vinicius Nazário. As
duas deverão ficar numa cela especial que está desocupada.
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