Nós, abaixo-assinados,
vimos a público repudiar o autoritarismo das Organizações Globo, responsáveis
por mais um ataque frontal à liberdade de expressão ao lançar mão da
judicialização da censura para intimidar blogueiros e jornalistas que
investigam o caso do triplex em Paraty que, segundo uma fiscal do ICMBio,
pertenceria à família Marinho, uma das mais ricas do Brasil. A informação foi
divulgada pela agência Bloomberg, em 2012, e replicada pelo site UOL e pela
revista CartaCapital.
Veículos como O Cafezinho,
Tijolaço, Diário do Centro do Mundo e Rede Brasil Atual aprofundaram as
investigações nas últimas semanas e, estranhamente, receberam notificações
extrajudiciais por publicarem reportagens e artigos sobre o suntuoso imóvel ,
construído em área de proteção ambiental. Os blogueiros também apontaram as
suspostas ligações dos Marinho com a Mossack Fonseca, empresa multinacional
investigada por ser especialista em abrir off-shores. A repercussão desagradou
a empresa monopolista, que ordenou a retirada dos conteúdos do ar.
O expediente adotado
pela Globo, no entanto, revela uma estratégia comumente aplicada a quem ousa
desafiar seus interesses: a ação judicial, com o fim de intimidar e sufocar,
financeiramente, os que ameaçam – ou expõem – seu império.
Além de ferir o direito
fundamental da liberdade de expressão, as Organizações Globo também evidenciam
sua ojeriza e intolerância para com as mídias alternativas. A ideia de que haja
diversidade e pluralidade de vozes na mídia brasileira - inscritas em nossa Constituição
-, ao que parece, desperta a ira dos proprietários da emissora. Também, pudera:
com denúncia de sonegação fiscal na casa do bilhão, a empresa certamente tem
muito mais que um triplex a esconder.
Como em dezenas de
casos de perseguição judicial a blogueiros e ativistas digitais, repudiamos a
atitude censora da Rede Globo, talvez um resquício do período de sua ascensão
econômica enquanto tentáculo midiático da ditadura militar. Afinal, ao tentar
estrangular as mídias alternativas, a Rede Globo estrangula, também, a
democracia.
Blog Altamiro Borges
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