sábado, maio 28, 2016

MANEJO DA CAATINGA COM ENFOQUE NA CRIAÇÃO DE CAPRINOS


Sabemos na prática e a ciência testifica que mais de 70% das espécies nativas do semiárido nordestino fazem parte da dieta dos pequenos ruminantes. É importante saber que no período chuvoso o pastoreio dos caprinos se concentra no sub-bosque da Caatinga, ou seja, os animais pastam de cabeça baixa, consumindo espécies herbáceas, sendo drasticamente reduzido o consumo de árvores e arbustos.

Contudo, à medida que o verão assola as pastagens, a folhagem das espécies arbóreas cai progressivamente e mantém o estoque de matéria seca ao longo da estiagem. O caprinocultor precisa entender tal ciclo, de modo que não interfira negativamente na manutenção do ecossistema ou na sustentabilidade do rebanho.

Entre os vários representantes arbóreos da Caatinga com grande potencial forrageiro, destacamos a maniçoba, pau-ferro, catingueiras, faveleiras, marizeiro, mororó, sabiá, rompe-gibão, juazeiro, juremas, engorda-magro, marmeleiro, feijão-bravo, umbuzeiro e várias espécies de cactos.

No que tange os teores nutricionais, diversos estudos apontam que a vegetação da Caatinga produz cerca de 4.000kg de Matéria Seca/ha/ano de forragem, apresentando valores de Proteína Bruta (PB), Fibra em Detergente Neutro (FDN) e Digestibilidade in vitro de Matéria Orgânica (DIVMO), ao longo do ano, de até 18,4%, 58,55%, e 57,3% respectivamente.

O rebanho caprino nordestino é marcado por práticas degradantes e extensivas, quase sempre com superpastejo, sem planejamento ou assistência técnica. De modo que a pecuária no semiárido é vista por muitos estudiosos como ferramenta chave de impacto ambiental negativo na paisagem sertaneja.
Existem várias técnicas que promovem o uso sustentável da vegetação nativa e contribuem consideravelmente com o aumento da produção agropecuária.

Entre as técnicas silvipastoris, destacam-se:

Rebaixamento: consiste no corte das árvores e arbustos a 30-40 cm do solo para manter as copas ao alcance dos animais.
Raleamento: consiste no controle das espécies lenhosas não forrageiras, reduzindo o sombreamento e criando condições para o crescimento do estrato herbáceo.
Rebaixamento com raleamento: junção das duas técnicas anteriores e aplicadas simultaneamente.
Enriquecimento: após um raleamento da vegetação, faz-se uma ressemeadura com espécies forrageiras para aumento da produção e qualidade da forragem.
Noutras oportunidades falaremos detalhadamente sobre espécies forrageiras nativas e exóticas, bem como sobre técnicas de manejo da vegetação.

Consulte-nos sobre a visita de um Engenheiro Florestal em sua propriedade.

Portal Boer/revista cabra&ovelha

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