Sabemos na prática e a
ciência testifica que mais de 70% das espécies nativas do semiárido nordestino
fazem parte da dieta dos pequenos ruminantes. É importante saber que no período
chuvoso o pastoreio dos caprinos se concentra no sub-bosque da Caatinga, ou
seja, os animais pastam de cabeça baixa, consumindo espécies herbáceas, sendo
drasticamente reduzido o consumo de árvores e arbustos.
Contudo, à medida que o
verão assola as pastagens, a folhagem das espécies arbóreas cai progressivamente
e mantém o estoque de matéria seca ao longo da estiagem. O caprinocultor
precisa entender tal ciclo, de modo que não interfira negativamente na
manutenção do ecossistema ou na sustentabilidade do rebanho.
Entre os vários
representantes arbóreos da Caatinga com grande potencial forrageiro, destacamos
a maniçoba, pau-ferro, catingueiras, faveleiras, marizeiro, mororó, sabiá,
rompe-gibão, juazeiro, juremas, engorda-magro, marmeleiro, feijão-bravo,
umbuzeiro e várias espécies de cactos.
No que tange os teores
nutricionais, diversos estudos apontam que a vegetação da Caatinga produz cerca
de 4.000kg de Matéria Seca/ha/ano de forragem, apresentando valores de Proteína
Bruta (PB), Fibra em Detergente Neutro (FDN) e Digestibilidade in vitro de
Matéria Orgânica (DIVMO), ao longo do ano, de até 18,4%, 58,55%, e 57,3%
respectivamente.
O rebanho caprino
nordestino é marcado por práticas degradantes e extensivas, quase sempre com
superpastejo, sem planejamento ou assistência técnica. De modo que a pecuária no
semiárido é vista por muitos estudiosos como ferramenta chave de impacto
ambiental negativo na paisagem sertaneja.
Existem várias técnicas
que promovem o uso sustentável da vegetação nativa e contribuem
consideravelmente com o aumento da produção agropecuária.
Entre as técnicas
silvipastoris, destacam-se:
Rebaixamento: consiste
no corte das árvores e arbustos a 30-40 cm do solo para manter as copas ao
alcance dos animais.
Raleamento: consiste no
controle das espécies lenhosas não forrageiras, reduzindo o sombreamento e
criando condições para o crescimento do estrato herbáceo.
Rebaixamento com
raleamento: junção das duas técnicas anteriores e aplicadas simultaneamente.
Enriquecimento: após um
raleamento da vegetação, faz-se uma ressemeadura com espécies forrageiras para
aumento da produção e qualidade da forragem.
Noutras oportunidades
falaremos detalhadamente sobre espécies forrageiras nativas e exóticas, bem
como sobre técnicas de manejo da vegetação.
Consulte-nos sobre a
visita de um Engenheiro Florestal em sua propriedade.
Portal Boer/revista cabra&ovelha
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