quarta-feira, abril 13, 2011

WAGNER COMEÇA ABRIR " OS OLHOS", REFERENTE AOS SEUS ALIADOS.



O PP, comandado na Bahia pelo ministro Mário Negromonte (Cidades) e João Leão, deputado federal que chefia a Casa Civil do governo João Henrique, está atentíssimo aos festejos em torno da criação do PSD, que será controlado no Estado pelo vice-governador Otto Alencar (PP) sob os auspícios do governador Jaques Wagner (PT).

Embora sem querer passar recibo, os comandantes do PP captaram rapidamente a mensagem de que, dando gás ao PSD, o governador busca dar um freio de arrumação nas forças que o apóiam, evitando que umas se sobressaim em relação às outras, em especial que o PP continue reinando como segundo partido mais importante da base governista.

Na visão de parlamentares do PP, a preocupação do governador continuaria sendo a eleição de 2012, em Salvador, na qual pretende eleger um petista, e a de 2014, quando gostaria de escolher o candidato para sucedê-lo sem maiores contratempos ou estresse com os partidos da base.

Um PP menos forte, assim como um PSD sob seu controle, seriam o cenário ideal para Wagner nos dois momentos. E é isso que ele busca, na visão dos progressistas. O primeiro “chega-pra-lá” dado pelo governador no partido de Negromonte e Leão foi a entrega de uma secretaria que estava em suas mãos, a da Infraestrutura, exatamente a Otto Alencar, hoje seu titular.

Sem dar pelota para os dois, Wagner trocou o comando da pasta num atropelo só. A operação teve o agravante de indispor de vez os representantes do PP com Otto, que passou a procurar um novo pouso partidário - até tomar conhecimento dos planos de criação do PSD. Com a saída, o vice provocará o primeiro desfalque sério no partido de Negromonte e Leão.

Mas a dupla ainda conseguiria surpreender Wagner ao armar a filiação ao PP do prefeito João Henrique, então no PMDB, criando, assim, musculatura para influir na sucessão de 2012 na capital baiana.

O comentário de que fora surpreendido teria sido feito pelo próprio mandatário estadual, que, nos bastidores, manobrara para filiar João Henrique, primeiro, ao PV e depois ao PDT, sem sucesso. “O sentimento hoje no PP passa por um pressuposto – o de que Wagner não confia no partido e quer esvaziá-lo”, diz uma fonte da legenda ao Política Livre.

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